HÉRAKLES
E OS DRYOPIANOS III – 31 maio 22
(Hérakles e Cyknos, ânfora grega)
Este
Dryops era filho da princesa Drya,
Engravidada
pelo próprio deus Apollo,
Mas
de seu pai, o Rei Lycaonte, por temor,
O
menino ocultou no oco de um carvalho.
Tzetzes,
o mitostego, mais tarde afirmaria
Que
fora Dryops o conquistador do solo
Em
que Asine foi construída em seu louvor,
Mas
que seu pai tinha da água o talho,
Sendo
o Rio Esperoqueios, sua mãe sendo Polidora,
Ninfa
por quem essa torrente se enamora...
Pouco
depois, houve disputa de fronteira
Entre
os Dórios de Hestieótis moradores,
Pelo
Rei Egímios então governados
E
os Lápidas da região do Monte Olimpo,
Que
governava do Rei Coronos a mão certeira
E
suas tropas superavam os Dórios em valores,
Que
finalmente, ao ser por eles derrotados,
Recorreram
a Hérakles, que se achava em Corinto,
Oferecendo-lhe
um terço do recobrado território;
E
contra os Lápidas mostrou-se Hérakes meritório.
Durante
o qual ao Rei Coronos executou
E
grande parte de sua tropa de soldados,
Porém
Hérakles enviou os sobreviventes
Para
Corinto, que então se achava despovoada.
O
Rei Egímios sua palavra confirmou,
Mas
o herói deixou a terra a seus cuidados
Como
um preposto para seus descendentes
E
só então o semideus seguiu adiante,
Buscando
qualquer outra aventura interessante.
Logo
a seguir até Itonos jornadeou,
Que
governava Cyknos, um rei tirano,
Filho
de Ares com uma certa Pelópia,
Que
grandes prêmios oferecia aos viajantes,
Quando
algum deles a vitória conquistou
Em
uma corrida de bigas, com intento insano,
Sempre
vencendo adversários e a vasta cópia
Tinha
as cabeças cortadas em instantes,
Usando
seus crânios como decoração
De
um templo de Ares de sua própria construção.
HÉRAKLES
E OS DRYOPIANOS IV – 1º junho 22
E
não só isso, até as caravanas atacava,
Que
os rebanhos consagrados a Apollo
Até
o santuário de Delphos conduziam,
Decapitando
os condutores e nunca devolvia
O
gado que desta forma conquistava,
Mas
o usava para povoar o próprio solo;
Apollo
declarou a Hérakles que os deuses se ofendiam
E
o herói concordou que o desafio aceitaria.
Iolaos
como cocheiro de Hérakles serviria,
Mas
o próprio Ares a Cyknos apoiaria!...
Era
evidente ter a corrida um outro estilo:
Hérakles
colocou nas canelas grevas polidas
Que
Hefesto em bronze lhe havia fundido,
Mais
a belíssima couraça de puro ouro,
Que
Pallas-Athena lhe dera como asilo,
Com
duas ombreiras de ferro constituídas
E
um forte escudo que Zeus lhe havia concedido,
Mais
um capacete reforçado de bom couro;
Com
arco e flechas equipou-se, bem armado,
Por
uma lança de metal ainda amparado.
E
desse modo, subiu em sua carruagem,
Disposto
a enfrentar o que viesse,
Mas
Athena do Monte Olimpo descendeu,
Para
avisá-lo de que poderia matar
Somente
a Cyknos e despojá-lo da equipagem,
Mas
que ao deus Ares ele se abstivesse
De
tirar coisa alguma se acaso ao deus submeteu,
Nem
os belos cavalos sua biga a puxar,
Nem
a esplêndida armadura que envergava
E
nem sequer de qualquer arma que empunhava.
A
seguir, a própria Athena o acompanhou,
Firme
de pé, a seu lado na carruagem,
Sua
égide erguida firmemente. (*)
A
biga avançou, a Mãe Terra sacudindo
E
Cyknos com grande velocidade o enfrentou,
Rasgando
o vento ao longo da paisagem
E
o choque entre os dois foi tão potente,
Escudo
contra lança, a própria lança assim brandindo,
Que
tanto Hérakles como Cyknos caíram ao chão,
Logo
se erguendo ambos os dois em sucessão.
(*)
O escudo da deusa.
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