A APOTEOSE DE
HÉRCULES XV – 18 junho 2022
(Hécate de Pérgamos)
Hércules herói
só poderia ser buscado
por meio de
corda forte a ser tecida
com os cabelos
das mulheres da cidade,
quando os
homens o poderiam puxar;
Hércules teria
sido desta forma conquistado
e uma ara com
reverência ali erigida,
dando a
vitória ao Eritreus com facilidade,
quando os
moradores de Quios os foram atacar,
que na pesca
de sua cidade era a rival
e Eritra
dominou esse estreito no final.
E no momento em que puxaram a jangada,
Fórmios sua visão total recuperou
e foi nomeado sacerdote do santuário,
no qual se guarda essa corda de cabelos,
com liturgia bastante elaborada,
cujas palavras o próprio Fórmios
inventou.
A população geral nesse sacrário
não pode entrar e contemplar os seus
desvelos,
mas tão somente aos descendentes
admitiram
das mulheres que com cabeleiras
contribuíram.
Novamente,
aqui encontramos um ritual
pré-helênico e
de grande sordidez;
a Rainha da
Cidade, no seu mês derradeiro,
determinava
que o rei fosse despido
de suas roupas
e de qualquer sinal
de sua
regalia, torturado a ser primeiro,
por todo o
tempo em que tiver sobrevivido,
triste destido
o deste rei anual;
afrescos e
painéis o mostravam sofrendo
dores
terríveis e só depois morrendo!
Dando lugar ao
novo rei entronizado
e só depois a
ser queimado numa pira;
este ritual
adotaram alguns Helenos,
mas com a
efígie de Hércules a ser cremada:
o carvalho
geralmente era cortado
para o
solstício de inverno, quando gira
o balanço das
horas e cada vez menos
predomina a
escuridão, sendo afastada,
enquanto a
oliveira ou antes o zambujeiro
simboliza o
final de um ano inteiro. (*)
(*) A oliveira
selvagem.
A APOTEOSE DE
HÉRCULES XVI – 19 junho 2022
A imagem era
em túnica de linho revestida
e a seguir
colocada sobre a pira,
simbolizando
assim sua imortalização;
mas fora a
Hécate o ritual arcano consagrado,
essa deusa da
morte, sua potência mantida
pelo próprio
Hades, que com ela conspira
cremar seus
males em sua própria intenção
e a torna
deusa do Amor Morto Conservado;
foi só depois
de terem a terra conquistado,
que pelos
Helenos foi o ritual modificado.
O novo rei iniciava o seu reinado
com uma fogueira de zambujeiros a indicar
queima dos males de um reinado anterior
e expulsão dos espíritos famintos que
rondavam.
Filoctetes, por quem o fogo foi ateado,
representa o tanista, um estrangeiro a se
chamar,
para no ano seguinte ser do rei o
sucessor
e a serpente os perigos que o rodeavam,
mas entre os Helenos era o rei grande
senhor,
não mais sujeito por rainha a tal horror.
Também o
casamento de Iole com Hylos
foi
interpretado como simbolizando
a herança que
deixa qualquer rei falecido,
cujas armas,
casa e leito ele recebe;
já o espírito
de Hércules, dizem outros,
teria estado
por muitos locais vagueando:
no Paraíso
Ocidental foi recebido,
mas as
Hespérides recusaran-no adrede,
por ter
roubado seu pomo anteriormente,
nas odes de
Píndaro isto se lê frequente.
Teria então
partido para a Coroa Boreal,
um Paraíso
atrás do Vento Norte
e desse modo,
sua ascensão ao Paraíso
Olímpico foi
adiada até mais tarde;
talvez o
associem a Ganimedes no final,
que por Zeus
foi raptado e teve a sorte
de se tornar
copeiro no Olimpo indiviso;
ou com
Dionysos, a quem Zeus resguarde,
sua gestação
na própria coxa assegurando
e um lugar em
sua mansão então lhe dando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário