A APOTEOSE DE
HÉRCULES XVII – 20 junho 2022
Doze
testemunhas eram então convocadas
para assistir
o casamento sendo consumado,
a doze clãs
assim representando,
mas doze meses
também simbolizando;
nas adoções no
passado registradas,
o acolhido se
deveria ter acocorado
debaixo de uma
égua, assim assegurando
mas a
intimidade da mãe futura respeitando;
a pobre égua
então seria degolada,
simbolizando a
parição em tal hora realizada...
Hércules teria assumido essa função
de porteiro segundo outro simbolismo,
porque teria morrido no solstício do
verão,
representado como portal de carvalho
e sua troça de Ártemis em dita ocasião,
que a caça selvagem diminuísse nesse
cismo,
que os dias aos poucos se encurtando vão,
até que no equinócio adquiram o mesmo
talho,
outra vez encurtando no solstício de
inverno,
um mecanismo a repetir-se em grau eterno.
Porém Homero
parece ter sido a única fonte
de um duplo de
Hércules no mundo da morte,
como um
guardião soturno e impiedoso,
de nenhuma
outra a provir tal sugestão;
deus
semelhante ao herói mostrava ponte
com sua origem
entre a Fenícia coorte
de estranhos
deuses; de Tiro partira vitorioso,
através do
comércio do seu culto a difusão;
também se
afirma que a corda trançada
não fora de
cabelos de mulher originada.
Seria antes de
cabelos de tanistas,
raspados antes
de seu sacrifício,
a exemplo de
Dalila e de Sansão,
que em Gaza
permaneceu aprisionado,
pois em
mosaico tais cabelos ainda avistas;
Gaza recebia
de Tiro um tal ofício,
dependente
como parte da nação,
seu régulo
sendo pelo Rei de Tiro indicado;
ainda o
apelido de Ipoktonos consequente
de Ofioctonos,
“matador de serpente”.
A APOTEOSE DE
HÉRCULES XVIII – 21 junho 2022
Quando foi
Hércules para o Olimpo transportado,
na quadriga de
Athena, seus quatro cavalos
denotam ainda
um derradeiro simbolismo:
são os quatro
anos entre as Olimpíadas,
das quais
Hércules é o patrono consagrado
e aqui ainda
viram igualmente os intervalos
entre as
estações do ano em seu tropismo;
em certas
versões conhecidas das Ilíadas,
Hércules é
tido como dos jogos o fundador,
em outras
fontes sendo somente o executor.
A sua renovação efetivada pela morte,
encontra ainda eco no Livro dos Mortos
do antigo Egito, descrita “como uma
serpente
que sua antiga casca descartara,”
em grego arcaico comparando a sorte
do descarte dos horrorosos desportos
de sua túnica a consumi-lo parcialmente,
que a palavra geros a ambos designara;
imagens antigas mostram um Sol quadrado,
símbolo e imagem do herói divinizado.
A mais famosa
em Megalópolis se achava,
segundo
Pausânias, fazendo parte de um altar,
mostrando o
Sol com suas quatro estações,
com Hércules a
representá-lo em sua potência,
mas outra
imagem em Cnossos se encontrava,
quando o
palácio real se conseguiu desenterrar
das cinzas
causadas pelas erupções,
em que
Hércules do Sol herda a aparência
e no Palácio
de Festos também se revelando
como Apollo,
mas Zeus Sol ali mostrando.
A noiva divina
a Hércules concedida,
chamada Hebe,
é a Deusa da Juventude,
no Panteão
helênico, mas talvez
representando
outra arcaica divindade,
muito antes
dos Helenos concebida,
a quem como
Hipta, a Mãe da Terra, se alude,
citada nos
Cantos Órficos por sua vez,
que a Dionysos
recebeu em maternidade,
depois que
Zeus na própria coxa o gestou,
e que a partir
de então ao alegre deus criou.
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