sexta-feira, 21 de abril de 2023


 

 

A SAGA DE STANLEY XVIII – 9 set 2022

(Henry Morton Stanley e sua equipe)

 

Finalmente, retornou para Khartoun

e sob o General Gordon se alistou;

que foi morto pelo Mahdi em seu levante;

de seu paradeiro sem se saber sinal algum,

por meses Emin Pashá não se avistou,

cercado pelos Mahditas nesse instante

e ao sul por tribos selvagens ugandesas,

seu destino assim envolto em incertezas.

A imprensa inglesa insistia em seu destino,

mas o governo não interferiu diretamente;

uma comissão civil juntou dinheiro

e o Anglo-Egito um apoio bem pequeno,

mas Stanley foi convidado, finalmente,

a desvendar qual fora seu paradeiro

e com força expedicionária bem escolhida,

nova viagem for por ele empreendida.

Em Julho de 1887 iniciou a sua missão,

a oitocentos quilômetros de Amin Pashá,

por território em que somente os pigmeus

como habitantes eram conhecidos então

e após perder setenta e um homens até lá,

chegou enfim ao Lago Albert com os seus,

onde encontrou afinal o aventureiro,

com o regimento que lhe sobrara derradeiro.

Sua retaguarda fora aniquilada à traição,

mas seiscentos soldados de Schnitzer resgatou

que à costa oriental finalmente conduziu;

de todas as peripécias fez completa relação,

que em seus diários seriamente compilou;

dariam margem a uma epopeia, qual nos referiu

o grande Homero ou à circunavegação

de toda a Terra pela frota de Fernão.

Um dia, enfim, retornou para a Inglaterra,

quinze anos mais chegando ali a viver,

embora da África o feitiço ainda o encantasse;

as negociações com a política ele encerra

e aos cinquenta anos até parece renascer

ao se casar com certa dama que o aceitasse,

que de certo modo o pôde distrair,

por outras terras a fazê-lo assim seguir.

 

A SAGA DE STANLEY XIX – 10 set 2022

 

Para os Estados Unidos com a esposa viajou,

depois a Austrália foi com ela visitar,

alguns meses permaneceu ainda em Paris

e alguns outros na Suíça ainda passou,

finalmente um chalezinho indo comprar

a 50 quilômetros de Londres, ao que se diz,

foi muito honrado em sua maturidade,

a escrever vários livros com naturalidade.

Mas o período colonial tão só durou

setenta e poucos anos, apesar

de políticas e ideológicas afirmações;

a partir de 1960, DeGaulle liberou

as colônias francesas, na prática a forçar

a Inglaterra a idênticas provisões,

já que lucro realmente não lhes davam,

mas ao contrário despesas lhes custavam.

Todos esses países artificiais

seguiram a insistir em numerários,

em subsídios para saúde e educação

das antigas potências coloniais,

porém mesmo com tais auxílios vários

custaram bem menos a partir dessa ocasião

e durante as ocupações bem mais lucraram

com as medidas profiláticas que neles se aplicaram.

Se não fossem as potências coloniais

jamais teriam tido seu desenvolvimento

ou o descontrole de sua população,

que se expandiu logo dez vezes ou mais,

proibidas as guerras tribais em seu assento,

o canibalismo, de crianças a exposição

e dos mais velhos o abandono tradicional,

permitindo seu aumento exponencial.

Só funcionavam as colônias portuguesas,

então forçadas por pressão internacional,

em boa parte pelo comunismo,

a darem independência quais as inglesas,

resultando em conflitos em geral,

guerras civis, torturas e sadismo,

de que buscam infelizes escapar,

que realmente não pode a África sustentar!

 

EPÍLOGO

 

Era Stanley a dar conferências convidado,

não apenas pela africana exploração,

mas sobre a sociopolítica internacional,

embora fosse com frequência caluniado,

como ocorre com qualquer pessoa de exceção,

mas sem curvar-se às fontes desse mal.

E em 1904 finalmente faleceu

o maior herói moderno que o mundo conheceu!

 

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