A SAGA DE STANLEY XVIII – 9 set 2022
(Henry Morton Stanley e sua equipe)
Finalmente, retornou para Khartoun
e sob o General Gordon se alistou;
que foi morto pelo Mahdi em seu levante;
de seu paradeiro sem se saber sinal algum,
por meses Emin Pashá não se avistou,
cercado pelos Mahditas nesse instante
e ao sul por tribos selvagens ugandesas,
seu destino assim envolto em incertezas.
A imprensa inglesa insistia em seu destino,
mas o governo não interferiu diretamente;
uma comissão civil juntou dinheiro
e o Anglo-Egito um apoio bem pequeno,
mas Stanley foi convidado, finalmente,
a desvendar qual fora seu paradeiro
e com força expedicionária bem escolhida,
nova viagem for por ele empreendida.
Em Julho de 1887 iniciou a sua missão,
a oitocentos quilômetros de Amin Pashá,
por território em que somente os pigmeus
como habitantes eram conhecidos então
e após perder setenta e um homens até lá,
chegou enfim ao Lago Albert com os seus,
onde encontrou afinal o aventureiro,
com o regimento que lhe sobrara derradeiro.
Sua retaguarda fora aniquilada à traição,
mas seiscentos soldados de Schnitzer resgatou
que à costa oriental finalmente conduziu;
de todas as peripécias fez completa relação,
que em seus diários seriamente compilou;
dariam margem a uma epopeia, qual nos referiu
o grande Homero ou à circunavegação
de toda a Terra pela frota de Fernão.
Um dia, enfim, retornou para a Inglaterra,
quinze anos mais chegando ali a viver,
embora da África o feitiço ainda o encantasse;
as negociações com a política ele encerra
e aos cinquenta anos até parece renascer
ao se casar com certa dama que o aceitasse,
que de certo modo o pôde distrair,
por outras terras a fazê-lo assim seguir.
A SAGA DE STANLEY XIX – 10 set 2022
Para os Estados Unidos com a esposa viajou,
depois a Austrália foi com ela visitar,
alguns meses permaneceu ainda em Paris
e alguns outros na Suíça ainda passou,
finalmente um chalezinho indo comprar
a 50 quilômetros de Londres, ao que se diz,
foi muito honrado em sua maturidade,
a escrever vários livros com naturalidade.
Mas o período colonial tão só durou
setenta e poucos anos, apesar
de políticas e ideológicas afirmações;
a partir de 1960, DeGaulle liberou
as colônias francesas, na prática a forçar
a Inglaterra a idênticas provisões,
já que lucro realmente não lhes davam,
mas ao contrário despesas lhes custavam.
Todos esses países artificiais
seguiram a insistir em numerários,
em subsídios para saúde e educação
das antigas potências coloniais,
porém mesmo com tais auxílios vários
custaram bem menos a partir dessa ocasião
e durante as ocupações bem mais lucraram
com as medidas profiláticas que neles se aplicaram.
Se não fossem as potências coloniais
jamais teriam tido seu desenvolvimento
ou o descontrole de sua população,
que se expandiu logo dez vezes ou mais,
proibidas as guerras tribais em seu assento,
o canibalismo, de crianças a exposição
e dos mais velhos o abandono tradicional,
permitindo seu aumento exponencial.
Só funcionavam as colônias portuguesas,
então forçadas por pressão internacional,
em boa parte pelo comunismo,
a darem independência quais as inglesas,
resultando em conflitos em geral,
guerras civis, torturas e sadismo,
de que buscam infelizes escapar,
que realmente não pode a África sustentar!
EPÍLOGO
Era Stanley a dar conferências convidado,
não apenas pela africana exploração,
mas sobre a sociopolítica internacional,
embora fosse com frequência caluniado,
como ocorre com qualquer pessoa de exceção,
mas sem curvar-se às fontes desse mal.
E em 1904 finalmente faleceu
o maior herói moderno que o mundo conheceu!
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