terça-feira, 1 de agosto de 2023


 

 

NASREDDIN E O OGRO I – 7 JUL 2022

 

Um velho lenhador tinha três filhos,

mas certo dia feriu-se com o machado

e por semanas precisou ficar deitado,

até que aos filhos substitui-lo ele ordenou:

“Sem termos lenha, nossa dívida aumentou,

um de vocês deve seguir meus trilhos!”

“Porém não cheguem na floresta do regato,

fica mais perto, mas é muito perigosa,

lá mora um ogro de disposição maldosa,

em geral fica lá quieto, sem falar,

mas carne humana aprecia devorar,

portanto, fiquem longe desse mato!...”

O mais velho, que se chamava Nureddin,

não queria nem um pouco trabalhar,

mas o pai insistiu e foi então lenhar,

porém levando seu conselho em desacato,

foi justamente ao bosque do regato,

onde uma árvore foi atacando assim!...

Mas no instante da primeira machadada,

o ogro apareceu: “Seu atrevido,

no meu caldeirão serás hoje servido!

Como te atreves minhas árvores cortar?”

E de imediato foi ao jovem derrubar

e o carregou para sua cova desolada!...

Ao ver que Nureddin não retornou,

o lenhador mais e mais se impacientava,

três dias passados, o rapaz não retornava...

Samuddin, o outro filho, interpretou o acontecido:

“Senhor meu pai, ele deve ter fugido,

esse seu filho de trabalhar nunca gostou!”

 

NASREDDIN E O OGRO II – 8 JUL 2022

 

“E nem ao menos me devolveu o machado!

Esse de fato era o melhor que eu tinha!

A lâmina do outro é mais tortinha,

mas o terás de usar para cortar,

sem lenha em casa não podemos continuar:

logo alimento terá de ser comprado!...”

“A horta de sua mãe não dá o suficiente

e depois, como sabes, eu me endividei,

carne e leite no armazém comprei

e fiquei de ali entregar carga de lenha;

por mais paciência que o merceeiro tenha,

não vai perdoar só porque estou doente!”

“Você terá de ir ao trabalho, Samuddin!”

Tampouco gostava do serviço esse rapaz!

“Mas é preciso que cortar a lenha vás!”

“E descobrir onde se acha o teu irmão,

já muito aflito está meu coração!”

disse a mãe, ao despedi-lo assim...

Samuddin, mesmo de muito má vontade,

pegou o machado de lâmina meio torta:

Não é bom, mas alguma lenha sempre corta!

Porém seguiu igualmente até o regato,

achando estar muito distante o outro mato,

desobedecendo ao aviso, em sua vaidade!

Ora, o lenhador costumava só cortar

os galhos secos que na floresta encontrava,

árvore viva pouco ou nada resultava,

apenas verde a madeira resultante,

posta a secar tinha de ser bastante,

mas os seus filhos não pareciam se importar.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário