NASREDDIN
E O OGRO III – 9 JUL 2022
E
Samuddin grande árvore escolheu,
mas
quando deu a primeira machadada,
logo
o ogro surgiu de sua morada:
“Seu
atrevido, como ousa vir cortar
as
minhas árvores? Com a vida vais pagar!”
O
rapaz para longe em vão correu!...
Foi
acabar por igual no caldeirão,
suas
roupas usadas para acender o fogo.
O
ogro a Samuddin devorou logo
e
em sua cama de capim foi se deitar...
Em
dois minutos já se punha a ressonar:
nada
sobrando desse segundo irmão!...
No
outro dia, tampouco ele voltou,
o
pai e a mãe com ele até zangados,
fingindo
não estar preocupados...
O
terceiro irmão, que era Nasreddin,
disse
ao pai: “Acho que sobrou pra mim,
porém
nenhum machado nos restou!”
“Vais
ficar em casa, tu és moço demais,
segue
ajudando a tua mãe na horta dela!”
“Mas e a dívida, como pagaremos ela?”
“Deus
proverá. Não há o que fazer,
Mesmo
eu pudesse ainda hoje me erguer,
como
lenhar, se nem machado tenho mais?
“Senhor
meu pai, sempre posso recolher
madeira
seca na falda da montanha,
talvez
consiga quantidade tamanha
que
possamos entregar ao merceeiro...”
Não
bastará para se obter dinheiro,
mas
sempre se pode algo da dívida abater!”
NASREDDIN
E O OGRO IV – 10 JUL 2022
“Além
disso, talvez eu possa descobrir
desses
meus dois irmãos o paradeiro;
mesmo
que tenham partido bem ligeiro,
algum
rastro teriam deixado no caminho,
que
sempre possa indagar de algum vizinho
e
seu rastro dar um jeito de seguir...”
“Não,
meu filho, logo hei de melhorar
e
você pode me ajudar com o carrinho,
não
quero que vá até o monte sozinho.
Os
dois juntos poderemos recolher
toda
a lenha seca que nos aparecer...
Nem
acredito que teus irmãos queiram voltar.”
“Depois,
quem sabe, sempre é possível encontrar
meus
dois machados. Garanto que os largaram
no
momento em que nos abandonaram...”
Falou
a mãe: “Não fale assim, querido,
algum
mal lhes poderá ter ocorrido...”
“Mais
uma razão para que os vá procurar!”
Passou-se
uma semana, sem sinal.
O
lenhador ainda não podia caminhar,
Nasreddin
sentia-se preso no lugar.
Alguma
coisa eu poderia fazer,
por
certo eu não irei desaparecer,
talvez
os possa salvar de qualquer mal!
Quando
dez dias já se haviam passado,
Nasreddin
insistiu por permissão
e
como se agravasse a situação,
o
lenhador doente finalmente consentiu,
mas
quando à mãe algum farnel pediu,
só
um queijo mole na despensa foi achado!
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