HÉRCULES
E TROIA VII – 1º mar 22
(Nyctis ou Nyx, a deusa helênica da Noite,
figura pintada em cerâmica)
Quanto
a Hércules, preferiu outra mulher,
chamada
Gláucia, do Rio Escamandro filha,
que
havia sido de Deimakos a amante;
quando
a soube grávida, ainda mais a quis
proteger,
para dar descendência e trilha
a
seu amigo Deimakos, que morrera triunfante.
Deu-lhe
Gláucia de Escamandrômino o nome
(e
novamente aqui a lenda nos consome).
Alguns
afirmam que se tornou eventualmente
o pai de Sappho, a grande poetisa, (*)
quando
na ilha de Lesbos foi morar,
mas
outros dizem que foi seu descendente,
com
o mesmo nome, que mais tarde em Lesbos pisa,
algumas
gerações havendo de passar,
que
Escamandrômino na ilha de Cós morou
e
a primeira seda do mundo ali inventou.
Em
sua viagem de Tirinto ao bom retorno,
mais
uma vez a deusa Hera o perseguia
e
sua serva Onyra, ou Sonho, ela ordenou
que
adormecesse a Zeus num sonho morno,
enquanto
ela a Hefestos seduzia,
entre
os dois tempestade a invocar,
indo
Hércules naufragar perto de Cós,
onde
Zeus foi descobri-lo bem após.
Ficou
o Deus Pai por grande ira contrariado,
sabendo
bem que Hera quisera assim matar
esse
seu filho que ela odiava tanto;
prendeu-a
pelos braços num varado,
Hefestos
num vulcão foi arrojar
e
a Onyra lançou, com grande pranto,
ao
Golfo de Érebos, e só dali pôde escapar,
porque
à mãe Nyctis, a Noite, foi ajuda suplicar.
Ao
próprio filho Zeus fácil resgatou
e
para Argos transportou-o com cuidado,
mas
antes disso, os homens de Cós acharam
que
fosse pirata e o Rei Eurípilos ordenou
que
o executassem, mas rebentou o seu cadeado
e
na praia os sobreviventes o encontraram
e
ainda sendo numerosos na odisseia,
atacaram
e destruíram Astipaléia.
HÉRCULES
E TRÓIA VIII – 2 mar 22
A
cidade e capital de Cós e ao rei mataram,
mas
sofreram antes disso até bastante
frio
e fome após terem naufragado,
em
consequência dos ventos que os lançaram
e
então, sentindo uma fome delirante,
pediu
Hércules que um carneiro fosse dado
pelo
pastor Antágoras, porém este,
gabava-se mesmo de ser filho de Alceste.
E
sendo um homem de físico gigante,
desafiou
ao herói para um combate:
se
ele vencesse, lhe daria o carneiro,
mas
quando a luta foi levado adiante,
pastores
Meropianos chegaram ao embate,
quando
então Hércules foi feito prisioneiro,
ao
passo que seus homens debandavam
e
nos rochedos proteção buscavam.
Então
os Meropianos o levaram a seu rei,
que
de imediato qual pirata o condenou,
conforme
foi descrito anteriormente;
contudo
Hércules não acatou sua lei
e
as grades e o cadeado rebentou
e
da prisão se escapou furtivamente;
mas
foi por certa matrona protegido
e
qual mulher ali ficou escondido!...
Já
no outro dia, de novo revigorado
pelo
sono e por lauta refeição,
vestindo
ainda as roupas da matrona,
pelos
seus homens foi reencontrado
e
assim comandou essa incursão
que
a capital Astipaléia facilmente toma,
mas
as mulheres da cidade se ofenderam
por
suas roupas femininas e logo se esconderam.
Buscando
assim evitar a escravidão,
convocaram
em auxílio os outros habitantes,
que
no combate foram exterminados;
Athena
tomou Hércules sob sua direção,
para
os deuses defender contra os gigantes
e
os sobreviventes foram com ele após levados
para
a Beócia, em que Hércules coroou
A
Escamandrômino e no trono o colocou.
EPÍLOGO
Novas
façanhas que Hércules empreendeu
serão
objeto de posterior poema,
estas
laudas ficando aqui encerradas.
Fontes:
Os mitostegos Apolodoro, Higino, Tzetzes,
Diodoro
Sículo, Virgilio, Pindaro e Graves,
citando-se
mesmo aqui um breve excerto de Homero.
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