O MENINO-PÁSSARO II – 13 NOV 2021
Veio o ortopedista e examinou a
criança:
“Não, doutor, por enquanto não se
avança
qualquer possibilidade de uma
intervenção
e depois, é até capaz de ‘não
vingar’,
sabe o colega, sua vida pode se
encurtar
em razão direta dessa tal
deformação.”
Mas o interesse do obstetra
continuou,
ao nenezinho com frequência visitou,
que as enfermeiras olhavam já com
desconfiança
e finalmente, uma delas se animou:
“Tenho certeza, doutor, que já
aumentou
essa corcunda na pobre da
criança!...”
Notou o médico que parecia mesmo
estar maior.
“Não leve a mal, doutor, talvez fosse
melhor
que ele morresses, assim podíamos
estudar...”
“Vejo, no entanto, que até é bem
saudável,
já abre os olhos bem... É coisa
admirável,
porém dá a impressão que nos pode
divisar...”
Pelo sim, pelo não, os ossinhos
aumentando,
se bateu radiografia, depressa revelando
que eram de suas omoplatas que
cresciam,
sem relação diretamente com a
espinha,
nenhuma vértebra deslocada então se
alinha
e fortes tendões musculares já se
viam.
Sem a menor dúvida, já no terceiro
dia,
qualquer substância de maciez se
percebia.
Disse
a enfermeira: “Doutor, parecem penas!”
Perplexo, o médico não queria
acreditar,
mas logo remígios começaram a
apontar...
Avisado, o diretor assustou-se com
tais cenas!
“Temos de manter o sigilo mais
completo!
Ninguém pode saber! O hospital será objeto
de uma invasão total das
dependências!”
Os dois médicos e também as
enfermeiras
segredo prometeram, mas já nas beiras
dos corredores havia cochichos e
pendências...
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