PERSEU E AS
GÓRGONAS VIII – 25 nov 21
Ao saber a
quem seu filho enfrentaria,
Dânae
ajoelhou-se e a Zeus suplicou,
que seu
pedido em breve lhe atendia,
pois quatro
grandes deuses convocou;
a deusa
Athena seu escudo lhe trazia,
polido igual
a espelho e lho entregou;
chegou
Hefesto, senhor do mundo arcano,
com capacete
de efeito soberano...
“Ponha-o na
cabeça e então será invisível!
mas como o
escudo, terá depois de o devolver!...”
Veio
Artemísia, trazendo a irresistível
espada
Chrysaor, um estranho ser
que fora
filho de Medusa e o dom terrível
de sua mãe,
ao invés de em pedra o converter,
o
transformara nesse gládio de magia
a que nem
ferro nem pedra resistia!...
E
finalmente, chegou Hermes, o mensageiro,
as suas
sandálias aladas a emprestar-lhe...
“Mas veja
bem: é só empréstimo ligeiro;
metade de meu
poder estou a entregar-lhe;
ainda
transponho os ares, sobranceiro,
mas
devagar... De Zeus respeito o talhe,
porém não
posso mais transmitir os seus recados,
sem ter de
volta meus mágicos calçados...”
“Sendo
assim, um conselho lhe transmito,
para que alcance
sucesso em sua missão:
que voe até
a Líbia agora o incito;
no Lago
Tritônides vá encontrar essa mansão
habitada por
Euríale, com o fito
dos caminhos
descobrir a direção.
Ela é a
terceira górgona, a bela,
que nas
areias do deserto se encastela...”
Segundo
Ovídio, as Górgonas eram três,
Medusa,
Esteno e Euríale, ainda irmãs
das três Greias,
que nasceram por sua vez
com os
cabelos brancos como lãs,
mas
deformadas e tão escuras em sua tez
como a
meia-noite difere das manhãs
e ainda
tinham só um olho e só um dente,
mais feias
que qualquer humana gente.
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