PERSEU E AS
GÓRGONAS V – 22 nov 21
“Não, o seu
sangue não derramarei,
mas sim o
dessa aia má e infiel!”
E num só
golpe, decapitou-a o rei,
mandando a guarda
para seu quartel,
interrogados
segundo a marcial lei...
mas não
havia ali qualquer rebel:
era trocada
a patrulha diariamente,
não poderia
executar toda essa gente!...
Então pensou
que o mal já estava feito;
seria seu
neto de nascimento virginal;
seu adivinho
afirmou ser o direito
do Rei dos
Deuses consorciar-se com mortal
e esse
conúbio fora assim mais que perfeito:
Dânae nem
vira o seu consorte divinal!
Porém o deus protegeria seu filho
por toda a Terra ou sobre o mar no trilho!
“Pois muito
bem! Ele então a protegerá
se for
entregue às ondas do mar
ou a seu
irmão Posêidon a entregará!...”
Mandou fazer
grande tonel para encerrar
a filha e o
neto... “Quero ver se flutuará
ou se nas
ondas irá logo afundar...”
E ordenou a
seguir que se o jogasse
de um
penhasco, para ver aonde flutuasse!...
Porém Éolo,
o rei dos ventos, sustentou
o tonel, sem
nos penhascos se quebrar
e sobre as
ondas devagar o depositou;
para as
Ondinas coube o transportar;
e Posêidon,
o rei do mar, colaborou
com seu
irmão, o rei da terra e do ar,
de tal modo
que o tonel foi navegando,
aos
passageiros mal algum causando...
À ilha de
Sírifos aportou, eventualmente,
dando à
praia sem dano ou qualquer mal;
e Díctis, um
pescador benevolente
o recolheu,
com espanto natural;
e ao ver a
ruiva Dânae ali inconsciente
com Perseu
no seu colo maternal,
os dois
levou para Climene, sua mulher,
que cuidou
deles, sem protestar sequer...
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