PERSEU E AS
GÓRGONAS X – 27 nov 21
(EURYALE, A GÓRGONA BELA)
Terrível
coisa é contemplar ao sobre-humano!
Assim com
Sêmele, a mãe de Dionyso,
que morreu
calcinada, quando ao soberano
Pai dos
Deuses teve diante de seu viso;
também
Jeová, àquele Moisés arcano
não
permitiu, por resguardar-lhe o siso,
o seu
semblante em glória contemplar:
só ao
ver-Lhe as costas, sua face a rebrilhar!
Pois de
Medusa, só a fisionomia
bastava para
a vida exterminar!...
Ao ver a
irmã, no horror em que jazia,
Esteno
suplicou à Athena lhe perdoar;
que “ficasse
igual a ela” então pedia
e assim
Athena lhe atendeu ao suplicar:
como Medusa
ficou igualmente feia,
que até de
olhar a si mesma se arreceia!
Para Euríale
a sábia deusa se voltou:
“Também você
algo deseja suplicar?”
“Amada
deusa, nenhum pecado me tentou:
quero
somente como antes continuar!”
E a
Tritônides Athena a transportou,
para um novo
e belo templo lhe fundar
e
conferiu-lhe a imortalidade
em recompensa
por sua fidelidade!...
Foi a esta
que Hermes o enviara
e como usar
as suas sandálias o orientou,
até que as
costas da Líbia divisara...
“Meus pés
desnudos o sol já requeimou,
que meu
auxílio à lerdeza condenara!”
Com o
capacete para o Olimpo retornou;
Perseu
seguiu ao longo do deserto,
até que o
templo foi ficando perto...
Desceu
perante o pórtico, equipado
com o
escudo, o capacete e Chrysaor,
as duas
sandálias em cada pé alado
e Euríale o
recebeu em grão favor:
“Tenho um
banquete no átrio preparado;
Zeus me
avisou de um visitante de valor
e Athena
espera que lhe dê informações
para atingir
de minhas irmãs as habitações...”
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