quinta-feira, 20 de janeiro de 2022


 

 

PERSEU E AS GÓRGONAS IV – 21 nov 21

 

Desse modo, seduzida a sua donzela,

cobriu-lhe o leito com moedas de ouro,

como preço da vergonha imposta a ela,

a verdadeira chuva tal tesouro...

Mas todos escolhem a versão mais bela:

que fique Lactâncio no desdouro

de ofender da pobre Dânae sua pureza,

por da lenda não aceitar tanta beleza...

 

O fato é que Dânae engravidou,

sem ser por qualquer homem maculada;

mas quando Zeus da jovem se afastou

sua constante proteção foi conservada;

e quando a gravidez se completou,

veio Perseu à luz, na madrugada,

protegido por divina multidão,

para cumprir do Oráculo a missão.

 

Sequer a mãe a vinha visitar

e assim ficou-lhe oculta a gravidez

até que Acrísio, certo dia a caçar,

passou junto da torre e um som se fez

que o recordou de um infantil chorar...

Acrísio enfureceu-se, por sua vez

e as escadas subiu, incontinenti,

para à porta bater violentamente!

 

A aia foi forçada a abrir a porta

e entrou o rei direto no aposento;

a razão da gravidez pouco lhe importa:

que era menino, soube num momento!

Em dia futuro, a sua vida corta

a criaturinha em meigo movimento!

Não duvidou sequer por um instante,

puxando a espada para matar o infante!...

 

Porém Dânae o desafiou, ardentemente,

”Primeiro terá de me matar a mim!

Vai derramar o sangue de sua gente?”

Mandara Acrísio só afogar, enfim,

das escravas toda a prole, anteriormente

e nenhum sangue derramara assim...

E dominando sua cólera inclemente

a explicação escutou bem calmamente...

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário