segunda-feira, 31 de janeiro de 2022


 

 

PERSEU E AS GÓRGONAS XI – 28 nov 21

 (Perseu e as Gréias)

“Não espere de mim qualquer traição,

nem se iluda que lhe demonstre amor;

de minhas irmãs sei bem a maldição,

que Athena desafiaram; mas só louvor

tenho por ela, nos séculos que estão

ainda à minha frente, só por seu favor;

não tenho afeto por aquelas duas feiosas,

que até merecem mais castigo essas maldosas!”

 

“Contra mim gênios maus envia Medusa

e Esteno a mim atiça elementais...

O poder de Athena os ares cruza,

mas se distraem mesmo os seres divinais.

Eu deveria só agir como uma musa,

mas as Eumênides, as Hárpias e outras mais

sou forçada toda noite a enfrentar!

De minhas irmãs só desejo me livrar!...”

 

Após brindá-lo com lauta refeição,

fê-lo dormir até o amanhecer.

Perseu ergueu-se com a primeira devoção,

reverenciando a Athena em seu lazer;

depois Euríale lhe fez declaração:

“Perseu, confesso que senti grande prazer

com sua visita e. por isso, o enganei,

porque os caminhos certos eu não sei!...”

 

“É na Hiperbória, lá no extremo Norte

que a Górgona Medusa tem covil;

e sei que Esteno mantém sua simples corte

em qualquer ilha do arquipélago senhoril

das ilhas helênicas, aonde lê a sorte

de quem se atreve, com valor viril

ou coragem feminil a procurar

em sua caverna, após monte escalar...”

 

“Mas não se assuste, enganei-o parcialmente,

só por querer desfrutar sua companhia...

Vou ensinar-lhe o caminho, inteiramente

para as Greias, que conseguem, por magia

encontrar senda ou estrada diferente...

Para enganá-las, seu capacete serviria...

São minhas irmãs, porem devoram gente

e o levariam a tal destino ingente...”

 

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