PERSEU E AS
GÓRGONAS VI – 23 nov 21
De fato,
filhos o casal nunca tivera
e assim a
Dânae e a Perseu apadrinharam;
a liberdade,
que finalmente recebera,
à beira-mar
e o carinho que mostraram
fizeram
Dânae esquecer que um dia fora
uma princesa
e até que a encarceraram;
acostumada a
tecer no cativeiro
às suas
tarefas se acostumou ligeiro...
E o menino
cresceu forte e saudável,
do novo pai
aprendendo a profissão
e a
demonstrar pendor considerável
para a caça
e a esgrima com bordão;
nunca
adoecia, apresentando formidável
robustez,
por sua linhagem e a proteção
das ninfas e
silfos escondidos
contra os
perigos e acidentes conhecidos.
Porém um
dia, durante uma caçada,
Polidectes,
que de Sírifos era o rei,
contemplou
Dânae, sua saia arregaçada
enquanto as
roupas lavava e mal eu sei
descrever a
paixão desenfreada
que o
acometeu então. Porém a lei
de sua ilha
lhe exigia a monogamia
e nem sequer
concubinas permitia...
Aproximando-se,
Polidectes indagou
onde morava
e quais eram seus pais;
e a bela
ruiva falsa história lhe contou:
que ali
nascera, sendo seus pais naturais
os
pescadores, que os antigos recusou
mencionar,
pelas maneiras anormais
com que a
haviam criado prisioneira
e sobre as
ondas a lançado em branca esteira...
Polidectes
foi a cabana visitar
e indagou se
o menino era seu irmão;
mas quanto a
isso, não quis prevaricar:
“É meu
filho, Majestade,” disse então
“E seu
marido?” o rei quis indagar.
“O mar
bravio nos separou, num furacão...”
disse ela,
realmente sem mentir,
pois nunca
mais Zeus pudera pressentir.
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