OS OLHOS DA PRINCESA
CAPÍTULO OITAVO – 02 JUNHO 2021
“Mas onde fica o tal de pedregulho?”
“Logo ali adiante, a cem passos
daqui...”
Megan e o falcão já escutaram desde
ali
do Mago os silvos no maior barulho...
E em lá chegando, Maugan indagou:
“É o Mago Serpente que está aí
embaixo?”
“Sim, sou eu e quase não me encaixo,
tire essa pedra!” – o Mago lhe
ordenou.
“E por que pensa que pode me mandar?
Retiro a pedra só em troca de um
favor...”
“Qualquer coisa, mas me livre deste
horror!”
“Ao Mago Céu conseguirá enfrentar?
Vejo que é cobra bastante pequeninha
e o outro mago é realmente imenso...”
“Quando sair, eu crescerei, fico
distenso,
só me liberte deste buraquinho!...”
Maugan afastou a pedra facilmente
e o Mago Serpente se pôs logo a
crescer,
a boca aberta, querendo já o
comer!...
“É assim que me agradece, seu
malevolente?”
“Estou com fome, se não como, vou
morrer!
Sou agradecido, mas preciso
devorá-lo!...”
Peito Branco se avançou e num estalo,
um olho lhe arrancou, sem conseguir
se defender!...
“Desgraçado, quer me deixar cego?”
“Devolvo o olho, depois que me
ajudar!”
“Pois bem, farei o quanto possa
realizar,
seja o que for, prometo que não nego!”
“Quero que me leve até o Mago Céu,
buscar os olhos da Princesa Flor de
Espinho!”
“Ora, isso é fácil, sei bem qual é o
caminho,
agora é dia, ele dorme sob um véu...”
Maugan sentou-se no pescoço da
serpente
e Peito Branco colocou o olho
arrancado
sobre a pedra em que estivera ele
encerrado
e alçou voou atrás da cobra,
velozmente.
De fato, estava o Mago Céu
adormecido,
logo avistaram os dois olhos da
princesa;
Maugan os pegou, com a máxima presteza,
e o Mago foi ficando aos poucos
encolhido.
Quando chegaram ao lugar em que o
olho estava,
viram as lebres e os grilos
defendendo
de um batalhão de formigas,
pretendendo
picar o olho e o levar para sua
cava!...
O Mago Serpente começou a lamber
as tais formigas famintas, aos
milhares!
O falcão levou Maugan, sem quaisquer
azares
até o castelo, após também
crescer!...
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