APENAS VOLTEJOS I – 24
MAIO 21
Essa lenda de Fausto é
bem antiga,
mais velha ainda que o
germânico alquimista
que viveu das ciências à
conquista,
que para a igreja
mostrava-se inimiga;
por isso que a lenda lhe
aspergir consiga
de algum pacto demoníaco
e lhe insista
que de tudo que escreveu
então desista,
para não ser alçado à
forca e à viga!
Ah, Mefistófeles, o demo
que inventaram
para o caráter desse
fausto enegrecer!
Mas eu não busco de um
demônio o riso,
nem qualquer dote que
magos consagraram,
porque minha alma, se preciso
for vender
só entregarei a Afrodite
e a Dionyso!...
APENAS VOLTEJOS II
A maioria pelo mundo
busca a fama:
de braço dado, que lhe
venha a glória
e ainda a riqueza,
espólio da vitória,
que à própria vida do
afamado clama;
falo a verdade: o impulso
que reclama
o redigir dos versos em
minha história
é muito diferente dessa
escória,
que tanto luta por se
alçar na lama!...
Frequentemente, a mim
mesmo surpreendi
pela força que um poema
de mim cobra
e se decido a espalhá-lo,
ainda hesitante,
não é que eu queira os
frutos que escolhi,
só o que interessa é a difusão
da obra,
meu nome sendo totalmente
irrelevante!
APENAS VOLTEJOS III
Desprezavam as mulheres
os antigos:
os Romanos nem sequer
lhes davam nomes:
que apenas a forma
masculina tomes
e ao nome de teus avós
que dês abrigos;
entre os Judeus, até
mesmo nos jazigos,
vemos três e quatro irmãs
de iguais prenomes,
somente aquelas a
alcançar vastos renomes
eram lembradas por vencer
seus inimigos.
Mas chegou o Cristianismo
e então fez-se,
mais que desprezo, um
medo bem mortal
dos mistérios que há no
corpo feminino:
“Que sem sequer o capim
pior renasce
onde se pinga o rubro
sangue menstrual,”
como afirmou-nos São
Tomás de Aquino!
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