quinta-feira, 13 de maio de 2021


 

Felinos 7 -- 13 maio 21

 

Felinos são fiéis à deusa Bashti,

Levada ao Egito essa primeira algália,

A fértil mãe de poderosa malha

Que pelo mundo inteiro se desbaste.

 

É até possível que de outros se engaste

A variedade dos gatos que se espalha

Pelo Oriente em outra origem, mas não falha

Que no Ocidente sua descendência baste.

 

Apresentavam os Egípcios a tendência

De endeusar animais, mas não só eles,

Os antigos Pelasgos igualmente

 

Na fecundidade criam e na potência

De certas bestas com ungidas peles,

E lhes rendiam seu culto fielmente.

 

Felinos 8

 

Não era Bashti malévola divindade,

Tão somente segura de si e orgulhosa,

O culto a receber da plebe generosa,

Tributo aceito qual devido à sua vaidade.

 

Mas tampouco beneficiava a humanidade,

Somente aos gatos se mostrava dadivosa,

Existem múmias de sua figura portentosa,

Que ninguém a afrontasse em impiedade!

 

Os Filhos de Misr eram seus escravos,

A seus descendentes dando foros de nobreza,

Ninguém colocava em dúvida esta noção.

 

O furto de gatos constituindo grãos agravos,

Alguns mandavam como presente, na certeza

De que outros reis lhes dariam adoração.

 

Felinos 9

 

Naturalmente, era outro o tratamento,

Os animais tratados com carinho,

Pela beleza ou temor ao olhar mesquinho,

Do humano afeto em desdenhoso portamento.

 

Mas sabiam exigir seu alimento

E marcavam território em seu caminho,

Por entre as pernas do humano mais vizinho

Que homenagem não lhes desse em tal momento.

 

E seus olhares de cunho cintilante,

Faces lembrando as de nenês humanos,

Conquistavam femininos corações,

 

Em cada lar a tornar-se o dominante,

Pequenos reis que não causavam danos,

Dormindo quietos sem despertarem ilusões.

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