A PARTIDA DE ELIAS -- FINAL
CAPÍTULO OITO – 5 SET 21
(Ruínas de Samaria, Israel)
E a fome foi tão grande na cidade
Que compravam a cabeça de um jumento
Por oitenta ciclos e até esterco de aves
Por cinco ciclos, tão terrível a miséria.
Uma mulher, em sua necessidade,
Enfrentou ao rei, em certo momento
E lhe pediu ajuda em tais entraves.
“Essa tua súplica não poderá ser séria!”
“Está raspado todo o meu celeiro,
Não resta gota de vinho no lagar...”
E ela lhe disse, para seu horror:
“Com minha amiga fui meu filho devorar,
Já estava perto seu sopro derradeiro;
Ela me disse que depois iria matar
O filho dela, sem o menor temor,
Mas hoje o seu filho ela não quer me dar!”
Yoram rasgou suas roupas então
E se vestiu de estopa, inteiramente;
E no seu desespero, proclamou:
“Tudo isso é culpa desse tal de Eliseu!
Que os deuses tragam minha condenação
Se sua cabeça ainda estiver pendente
Amanhã de seu pescoço! Se não o degolou
Meu braço, para que devorem o corpo seu!...”
Então enviou a Eliseu um mensageiro,
Para que lhe trouxesse sua cabeça;
Mas o profeta tudo percebeu:
“Vêde como esse filho de assassino,
Minha cabeça quer cortar ligeiro!”—
Disse aos anciãos que estavam nessa peça.
E quando o seu carrasco apareceu,
O interpelou com voz forte como sino.
“Todo esse mal é culpa de teu rei,
Que mais se poderia então dele esperar?
Contudo, ouve a Palavra do Senhor:
Amanhã, mais ou menos a esta hora,
Por um alqueire de farinha eu pagarei
Só um shekel;
dois de cevada poderei comprar
Por esse preço, sem o menor fervor,
Junto à porta de Samaria, mais que outrora.”
Mas foi com ele e repetiu perante o rei,
Que o culpara por ter mandado embora
Os soldados que a Samaria conduzira:
“A Ben-Hadad todos nós entregarás!”
E o capitão zombou dele. “Por qual lei?
Mesmo Jeová abrindo o céu agora,
É impossível que amanhã isso se fira!”
“Pois tu verás, mas nada disso comerás!
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