terça-feira, 7 de setembro de 2021


 

 

A VINHA DE NABOTH

CAPÍTULO TRÊS – 19 AGO 21

 

Pediu ao rei o anel com seu sinete

E o aplicou no lacre dos papiros,

Como se fossem pelo soberano escritas

E nas cartas declarou abertamente,

“Que o orgulho de Naboth não se projete:

Blasfemou contra Jeová em seus retiros

E falou contra o rei frases malditas,

Isso não pode passar impunemente!”

 

“Porém não basta se fazer a acusação;

Será preciso que dois homens escolhidos

Deem contra ele falso testemunho,

Como se as ofensas tivessem escutado,

Sem ser somente do rei uma invenção;

Dois testemunhos serão assim acolhidos,

Conforme manda a lei de antigo cunho

E esse ofensor deverá ser então julgado!”

 

“Escutadas as testemunhas no tribunal,

Somente poderá haver uma sentença:

Que o levem para fora da cidade

E ali seja morto por apedrejamento!”

Foi apregoado um jejum como sinal

De grande ofensa.  A assembleia tensa

Ouviu o falso testemunho em ansiedade,

Naboth culpado sendo nesse julgamento!

 

E por mais que ele negasse a ofensa,

Os dois malvados insistiram ter ouvido

Que ele ao rei ofendera e a Jeová

E deveria ser por isso apedrejado!

Em vão Naboth suplicou pela presença

Do rei Ahab, para ser absolvido,

Seu apelo o tribunal recusará:

“Não seja o rei deste modo perturbado!”

 

Naturalmente, as testemunhas receberam

Por sua falsa acusação um bom dinheiro

E segundo o que mandava a antiga lei

Foram os dois a lançar as primeiras pedras;

Muitos do povo a seguir obedeceram

E o bom Naboth foi morto bem ligeiro;

Foi Jezebel contar depressa ao rei:

“Naboth foi morto consoante as velhas regras!”

 

“Vai agora e toma posso do vinhedo

E manda as malditas parreiras arrancar,

Para fazer o que quiseres no terreiro.”

Ahab não participou diretamente,

Mas apoiou de Jezebel o segredo

E logo foi do parreiral posse tomar.

Se por acaso houvesse algum herdeiro,

Ficou calado, por ter medo, claramente.

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