HÉRCULES
E OMPHALE
Capítulo
II
Você
recorda de uma vez, sequer,
ter
visto Hércules com roupas de mulher?
Como
um herói, isto o comprometeria?
Mas
em certos vasos ele é assim representado...
Será
que isto o deixou desapontado?
Como
tal semideus de mulher se vestiria...?
Na
verdade, isto fácil se explicava,
quando
o matriarcado ali predominava,
tendo
o rei só emprestado o seu poder
e se
representar devia a sua rainha
ou
ante o altar ao sacrifício vinha,
com
as vestes da esposa deveria proceder.
E é
preciso nunca se esquecer
que
os mitos gregos que se costuma descrever
antes
da vinda dos Helenos transcorreram,
nesse
período chamdo Miceniano,
o
território habitado por arcano
povo,
que para os Helenos o perderam.
Escravizados
sendo os sobreviventes,
como
Pelasgos conhecidos entrementes,
sua
própria história em lendas se afirmou,
que
os Helenos recontaram à sua maneira,
sérios
às vezes ou de forma mais ligeira,
em
zombaria pelo legado que restou.
Kouros era uma estátua masculina,
sendo
Koré a equivalente feminina
e de
Kouréos, meio Kouros, meio Koré,
assim
os chamaram os seus detratores,
vendo
as figuras nos vasos dos pintores,
como
um modelo masculino de má fé!
E
mesmo hoje existe quem declare,
porque
em ânforas imagens tais repare,
que
era Hércules tão só homossexual;
mesmo
depois de tantos filhos atribuídos,
por
sua potência tendo sido concebidos,
sua
descendência numerosa de caudal!
Com
a própria Omphale três filhos gerou,
Lamos,
Agelaus e dinastia ainda iniciou
com
Laomedonte, que de Tróia foi o rei
e
mais Tirrenos, que a trombeta inventou
e o
seu povo à Etrúria comandou.
Mas
que alguns dizem ser bisneto, já não sei.
Seria
filho do Rei Atys, neto seu
e de
sua Omphale; e mais um Clodaeu,
filho
da escrava Malys, o qual seria
o
antepassado do famoso Creso,
rei
da Lydia, que possuía o próprio peso
em
peças de ouro, que ele mesmo cunharia!
O
que é certo é que Hércules serviu
bem
fielmente a quem o adquiriu,
expulsando
do seu reino salteadores
e
mais diversas criaturas maliciosas,
além
de outras bem mais tenebrosas,
dela
afastando muitos dissabores.
Do
rio Sagaris habitava a margem
uma
serpente gigantesca, que a paisagem
assolava,
as colheitas destruindo;
com
sua clava, a serpente derrubou,
com
treze golpes a espinha lhe quebrou,
a
gratidão da rainha conseguindo!...
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