HÉRCULES
E EURYTOS
Capítulo
IV
“Zeus,
teu pai, encontra-se zangado
por
teres a lei da hospitalidade quebrantado,
não
importa a força da provocação.”
“E
de quem devo eu tornar-me escravo?”
Indagou
Hércules, humilde, porém bravo.
“A
Rainha Ônfale da Lydia fará tua aquisição.”
“Senhora
Pitonisa, eu vos obedecerei,
porém
um dia até Oecália voltarei
e
escravo tornarei a quem me insultou
e
sua família também, inteiramente.”
Mas
é preciso que a outra história se acrescente
a
forma como esta vendetta terminou.
Segundo
outra versão, um rei Eubeu, (*)
Lycos,
filho de Posêidon, no orgulho seu
atacou
Tebas e matou o rei Creonte;
por
algum motivo, Megara ali se achava,
mas
não Iolau e enquanto ele a forçava,
surgiu
Hércules na fímbria do horizonte!
(*)
Da região grega da Eubéia.
Após
a visita que ao Hades empreendeu,
quando
do Tártaro foi libertar Teseu
e
com ele trouxe os filhos que matara;
após
combate, a Lycos destruiu
e à
mãe Megara os filhos restituiu,
liberto
enfim da culpa que o marcara.
A
maior parte das história conhecidas
como
os “Mitos Gregos” foram transcorridas
na
antiguidade, no período pré-homérico,
antes
que os Helenos à península chegassem,
vindos
do Norte e os mitos recontassem
nesse
formato que é hoje o mais genérico.
Se
Hércules então sobre Tirinto dominou,
certamente
já um bom tempo se passou
até
de Santorini explodir o vulcão,
que
destruiu Cnossos, Tirinto e Micenas,
por
semideus sendo tratado apenas
após
do regime patriarcal a adoção.
Durante
o período do Matriarcado
as
rainhas haviam tronos dominado,
cada
rei a governar só por um ano,
após
o qual seria sacrificado
e
outro esposo então entronizado,
em
sacrifício à Terra ou a deus arcano.
Assim
Eurytos negou o casamento
porque
Hércules evitou seu julgamento,
sem
se tornar o sacrifício anual,
que
o trono era por lei só de Megara
e
quando a seu sobrinho a entregara,
simplesmente
se evadiu a tal ritual.
Quando
Cícero relatou a mesma história,
entre
vários Hércules repartiu a glória;
segundo
ele, o filho de Alcmena
com
Zeus não foi o tal que combateu
com
Apollo nem ao Oráculo ofendeu,
porém
um outro, inferior, a quem condena.
Também
de Iphitos o feio arrojamento
não
resultara de um falso julgamento,
mas
foi lançado como rei substituto;
assim
Hércules furtou-se ao holocausto
e a
seu sobrinho livrou do fado infausto,
sofrendo
Iphitos o seu destino bruto.
Quanto
ao torneio para obter-se a mão
de
uma princesa, é relatado em ocasião,
como
parte de um ritual bastante antigo:
Arjuna
de Diarpada a mão conquista,
no Mahabharata, após vencer na pista
um
torneio de arco e flecha sem perigo.
E
Rama conquistou Sitta por esposa,
após
curvar a arma portentosa
do
próprio Shiva no poema Ramayana;
mesmo
no Egito, antes da coroação,
o Faraó tinha sagrada obrigação
de
aos quatro ventos disparar flechas em chama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário