CANDOR
(31 AGO 79)
Tantos
sonetos fiz no mês de junho,
Tantos
casos contei, tantas histórias,
Tanta
derrota feita de vitórias,
Tanta
vitória somente de meu punho!
Descrita
em versos ou então imaginada...
E ao
ver estes poemas, por despeito,
Disseste
não gostar, viste defeito
Nesse
cantar da carne em madrugada.
Tu
podes desdenhar, nessa aspereza,
As
frases tontas, saídas de meu punho,
Julgando
ser mentiras que entrevias...
Mulher,
tu não sabes de certeza!
Talvez
eu tenha te traído em junho,
Por
não saber que em julho voltarias!
CANDOR II (1º. JUN 2010)
Sabe-se lá o que amor me faz,
enquanto marcha em seu andar ausente;
quem acarinha, quem beija com fremente
desejo inquieto de um balão de gás!
Sabe-se lá o que amor me traz,
quando retorna, no seu peito crente
de me encontrar no mesmo amor fervente,
que lhe jurara em despedidas más!
O fato é que me encontra, ao retornar,
quaisquer que tenham sido as incursões
de sua alma irrequieta por alhures...
Enquanto eu fico, dolente em meu sonhar,
mastigando a agridoçura de ilusões
com que passeei, irrequieto, por nenhures!
CANDOR
III
Nestes
sonetos de canto antecipado
ou de
elegia, talvez, por meu futuro,
só do
passado posso andar seguro,
sabendo
quais traições que tenha amado.
Não
sei quais foram essas de teu fado,
mas se
te conto, meu trair é puro;
e, se
ao redor de ti, ergues um muro,
por
mais sejas fiel, vives pecado.
Pois
se me escondes o que não aconteceu,
para
criar em minha mente agitação,
almejas
meu ciúme ter alçado...
E, se
me escondes o que te sucedeu,
É
porque esperas atiçar meu coração
E a mim perdoar por te ausentares de meu lado?
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