OS
SEGUINTES SÃO ERÓTICOS. EVITE MOSTRAR PARA CRIANÇAS E SE NÃO QUISERES LER,
DELETA!... abçs, Bill.
SACRÁRIO I (31 JUL 79)
Joelhos dobrados, tal qual se repelisse:
Mas não repele, apenas se apresenta
Mais vulnerável e em si mesma tenta
Conter-me todo nesse amor que disse
Ser mais completo assim, na mesma
entrega
Em que suas pernas, que parecem me
afastar,
Fazem o ventre de mim se aproximar,
No mesmo almíscar de paixão tão cega,
Para engolir-me a carne por inteiro,
No manso deslizar, que derradeiro
Explode em sangue branco e que se oculta
(*)
Nesse suor, que empapa o travesseiro
E na testa os cabelos, de um brejeiro
Revolutear, em que o prazer se avulta.
(*) O sangue vermelho se transforma em sêmen branco.
SACRÁRIO II (6 JUL 10)
Somente os seios lhe beijei, não
mais,
e a língua cor-de-rosa na minha boca,
a compartir da mesma dança louca,
que desejara não findar jamais...
Nessa busca candente do demais,
em que o luzir do amor bem claro
espoca,
em que essa divindade que se invoca,
não dura mais que o dedo nos
dedais...
Que seja tal dedal alvo constante,
alvéolo carmesim, em dom carnal,
como sonho permanente do real,
enquanto o transitório é delirante,
seu destino enovelando com minha
sina,
nesse momento que nunca mais termina.
SACRÁRIO III
Que tenha assim o toque de sua pele
sob meus dedos, esplendor final
da longa travessia, amor total
em que a mente o coração assim revele.
Que tenha assim o cheiro primordial
espalhado em minha carne, que desvele
a intimidade que o amor nosso sele,
a intensidade da alma terrenal...
Que tenha em mim o gosto cristalino,
que só se tem em beijo apaixonado,
que nunca se obtém em amor casual,
em que o abraço se torna mais divino,
sacrário permanente e consagrado,
em que as peles se fundem no carnal.
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