RECORDAÇÃO XI
(1979)
Eis-me aqui, eis-me aqui, não mais recordas
do Tempo... em que gemias nos meus braços,
quando alterados de Abandono os traços,
arqueavas contra mim tuas tensas cordas...?
Eis-me aqui, eis-me aqui, já não te lembras
de como os Pelos de meu peito ardente
se derramavam sobre o teu fremente,
em cachos negros de Ardor que não relembras...?
E, num riso nervoso e tão ligeiro,
após o Amor, casual os apanhavas
de entre teus Seios, negros caracóis...?
E numa pilha os contavas, derradeiro,
pêlo por pêlo; e ao Solo então lançavas
num leve Abano, do branco dos lençóis...?
Art Releasing (Andréia Macedo,
April 2006
I wonder why
Your art is locked
It is in jail
It wants freedom
People don´t know
You are an artist
Full of worlds
Full
of words
They don´t have a
clue
You are a composer
Full of tons
Full of tunes
I
wish they knew
You were a poet
Full of rhymes
Full of sonnets
Time has come
Release your art
Please the
sensitive
Amplify the
imaginative
Look around you
Friends are to be made
Sweethearts are to be loved
Gods
are to be praised
Release your art
Before your death
Spread your words
Frost our path
HINTING -- April 7,
2006
She swept recklessly a
goblet of wine
with the back of her
hand -- and it broke.
It was an old goblet,
no gift of mine
but a heirloom of yore
a casual poke
sent rolling down the
tablecloth to soak
of red spilled
wine -- a bloody line
and then a clink --
like a deathly joke
the brim fell out as
does a petal fine
of a wilted
rose. With a wry smile,
she tossed away the
shards and said no way
there was for keeping
broken glass as token
of past memories from
a lost while.
And such is love that,
once broken,
no longer can be kept,
but 's thrown away.
RARITY April the 10th., 2006
Let you never have
any doubt
On the shape of my
infatuation,
On the splendor of my
attention,
Or on the emotions
lying about,
For no one shall love
you as much,
Had you a hundred
years to live,
You shall never a
love achieve
In song as great as
my touch.
Cannot then you
perceive
To which degree are
filled
Of you the tears I
shed?
To which point you
conceive:
The
measureless love you instilled
Burns from the sight
I had?
abaixo a versão original em português:
RARIDADE
Não tenhas dúvidas nunca
Da forma do meu desvelo,
Do esplendor deste meu zelo,
Das emoções que te junca,
Que ninguém te amará tanto,
Quer vivas cem anos mais,
Não terás amor jamais,
Parelho amor a meu canto.
Pois então, tu não percebes
Até que ponto estão cheias
Minhas lágrimas de ti?
Até que ponto concebes:
Com teu olhar me incendeias
De amor qual nunca eu senti?
THE SUTLER -- April
12 '06
A pretty maid have I
met today
Who vainly sported a very
strange wish:
She wanted to show
herself an easy dish,
Shameless and ardent
to the fray.
Today I met her and
deep inside
But an illusion
'twas; or so I found
That in the secret
her heart would sound
Akin to age-old shame
in deep abide,
For her having been
born in womanly yoke:
The object only of
that fury
That joins the flesh
in glue to lechery,
The wild scent of
marigold in the stroke
Of dawn, when a
man will reckless destroy
By taking the flesh,
all further love's joy.
versão original em português:
VIVANDEIRA
Eu hoje conheci jovem formosa,
Cuja vaidade e singular desejo
É mostrar que não tem traço de pejo
Em revelar-se ardente e dadivosa.
Eu hoje conheci; e, bem no fundo,
Descobri que não passa de ilusão,
Pois no secreto de seu coração
Existe um pejo secular, profundo,
De ter nascido em jugos de mulher:
Ser objeto apenas desta fúria
Que junta à carne a goma da luxúria,
No visco agreste de aurora e malmequer,
Em que o homem destrói, com tanta incúria,
Ao ter a carne, o amor que inda mais quer.
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