O
PAÍS DOS ELFOS XXI
(Quarta
Parte de Quatro)
Número
Nove, no entanto, contestou:
“Eles
deixaram a maçã abandonada,
é
uma casinha muito bem arranjada,
vamos
botar ali cada menina,
será
mais fácil de rolar encosta acima
e
depois o elfo malvado as encantou!”
“Vamos,
então, levar a sua casinha,
sempre
será uma forma de castigo...”
Postas
as meninas no rosado abrigo,
juntos
começaram a maçã a empurrar,
ladeira
acima, para as transportar;
mas,
de repente, o perigo se avizinha!
Assim
que viram que pretendiam levar
a
casa do elfo que fora já ofendido,
centenas
de outros tinham aparecido
e
os perseguiam, com aspecto feroz,
a
prometer-lhes qualquer destino atroz
e
não tardaram os meninos a alcançar!
“Qual
de vocês minha casa derrubou?”
Gritou
o elfo que fora desalojado.
“Ele
será esquizeburinejado!” (*)
Nenhum
irmão acusou o Número Um...
“Não
basta castigarmos só algum,
deve
atingir cada qual que me atacou!”
(*)
Do inglês “squeezeburn”.
O PAÍS
DOS ELFOS XXII
“Já
que o covarde não quer se acusar,
então todos
recebem o castigo;
todos
queriam levar a casa consigo
e
assim merecem igual penalidade!”
E um
circulo se formou, em realidade,
a
repetir: “Esquizeburinejar!...”
Os
barõezinhos não podiam fazer nada
e
então os elfos começaram a cantar:
“Vamos
a todos esquizeburinejar!
Cada
um deles virará um coelho,
assim
ficando até morrer de velho!
Que
seja a mágica pois realizada!...”
E com
um estrondo e dando um grito forte,
os
elfos todos desapareceram!...
Quando
os meninos se acordaram, perceberam
que realmente
se haviam transformado
em
coelhos brancos, de focinho arqueado,
olhos
vermelhos e pelo de bom porte!...
Mas
por sorte, logo descobriram
ainda
terem o uso da razão
e que
podiam falar sem confusão.
“Pelo
menos, somos bem graciosos!”
Disse o
Número Um aos irmãos queixosos
e de
algum modo, todos eles riram...
O
PAÍS DOS ELFOS XXIII
“Ora,
ao menos temos quatro pernas
e
mais depressa se pode correr!”
Então,
de novo, puderam perceber
que
de seu lado a maçã ainda ficara,
em
que cada trollzinha se guardara.
“Essas
mágicas talvez sejam eternas!”
Falou
o Número Quatro, mas o mais velho
o
contrariou: “É só um encantamento,
precisamos
concentrar o pensamento,
ver
para onde está nosso castelo
e
seguirmos para lá no maior zelo...”
“E
se uma raposa quiser comer um coelho?”
Destarte
a fruta começaram a rolar,
até
alcançarem de novo a pradaria,
cuja
erva verde agora apetecia,
todos
doze a comer até fartar.
“Coelhinhos
podem de capim se alimentar,
mas
como vamos daqui nos escapar...?”
“Só
existe um jeito. Precisamos escavar
um
túnel largo, em que caiba a maçã!”
E
se empenharam, no maior afã,
pela
terra se entranhando com coragem,
comendo
raízes e sementes qual forragem
e
assim a Terra puderam atravessar!
O PAÍS
DOS ELFOS XXIV
E como
estavam todos encantados,
na
verdade, não mais sentiam muita fome
e cada
qual o suficiente come;
as
doze trollzinhas em hibernação,
o
tempo todo nada comerão,
todos
do bando plenamente preparados...
Passados
dias, Número Um enfiou
o seu
focinho para a luz do dia
e com
os olhinhos vermelhos tudo via:
tinham
chegado direto no jardim
de seu
castelo, do exílio tendo o fim!
Logo a
maçã para cima ele puxou...
E
então saíram os outros onze rapazinhos,
em sua
surpresa, logo deparando
com
Tia Grissy, que estava ainda chorando,
de
saudade pelos seus sobrinhos
e se
espantou ao ver tantos coelhinhos,
que a
rodeavam, a franzir os seus focinhos!
Mas
embora tentassem conversar,
A Tia
Grissy não os escutava,
só uns
com os outros cada qual falava!
Mas a boa
velha logo desconfiou
e
encantamento sobre eles lançou
e em
meninos conseguiu-os transformar!
O
PAÍS DOS ELFOS XXV
E
ainda estavam com as roupas de costume,
como
se nada lhes houvesse acontecido!
O
Barão velho abraçou-os, comovido,
pois
pensara que houvessem já morrido!
De
algum modo, o armário havia corrido,
escondendo
da escada o escuro cume!...
“Nunca
mais vamos ser desobedientes!”
Prometeram
os guris, arrependidos.
De
um bom jantar logo foram servidos
e
a seguir se puseram a contar
a
história toda e acabaram por falar
nas
doze trollzinhas, até então dormentes.
Mas
Tia Grissy não as pôde restaurar
e
mensagem mandou para sua irmã,
que
logo veio reconhecer a tal maçã
e
pronunciou um forte encantamento:
as
meninas se acordaram, num momento,
sentindo
agora uma fome de arrepiar!
Mas
a seguir, coisa estranha aconteceu:
os
doze meninos começaram a crescer,
cada
um certa altura a receber,
de
acordo com a idade respectiva;
mas
das trollzinhas o tamanho não se ativa
e
dos meninos a grande altura as surpreendeu!
O PAÍS
DOS ELFOS XXVI
Mas
alguns dias depois, aconteceu
que o
grande armário saiu de seu lugar!
“É o
Troll!” – se puseram a exclamar;
mas
não era, a mãe é que subira,
as
doze filhas abraçando numa gira:
grande
alegria entre todos sucedeu.
Então
Farsália na mãe reconheceu
outra
fada, que há muito se perdera,
mas
que de sua magia já esquecera,
depois
de tantos anos prisioneira
do
Troll azul, que a dominara por inteira;
e entre
as três, outro encanto aconteceu.
As
meninas todas já foram crescendo,
Cada
uma conforme a sua idade,
doze
jovens de formosa majestade;
a
passagem foi trancada permanente
e o
Troll morreu de velho e de doente,
o
castelo como novo refazendo...
Passado
o tempo, cada par foi se casando,
uma
vasta família se formando
e
o Rei da Irlanda prestigiou o matrimônio,
ao
Barão restaurando o patrimônio!...
E esta história, comprida até demais,
concluo agora, para nunca mais!...
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