SILICONE I – 19 JUL 2020
Nunca entendi esse gosto singular
de Hollywood por seios gigantescos,
“Complexo de Mae West”, bem
grotescos,
exagero de proporção bem peculiar.
Que eu seja claro: há um gosto
milenar
que vem da pré-história: essas
dantescas
figurinhas de construções
neandertalescas,
que arqueólogos por “Vênus” foram
designar.
São símbolos de natural fertilidade,
porém trazem as ancas e os quadris
proporcionais a suas mamas senhoris
e obedecem a certa estética verdade,
tosca que sejam, têm a sua nobreza,
em ancestrais simbolismos de beleza.
SILICONE II
E certamente não critico a obesidade,
consequência de uma vida artificial,
alimentação excessiva consensual,
exercícios a descurar com leviandade.
Mas em geral, proporcional tal
quantidade,
as grandes mamas de dar vida são
sinal,
para as crianças vertem leite em
manancial,
mesmo depois sem recobrar
normalidade;
e além disso, quando com
periodicidade
terríveis fomes a Europa consumiam,
eram os magros os primeiros que
morriam,
ficando assim a preservar a
humanidade
somente os gordos reduzidos à
esbelteza,
seu genoma novo padrão para a beleza.
SILICONE III
E dizer igualmente ainda se pode
que a gordura algumas vezes
confundiu-se,
como nos quadros de pintores viu-se,
com a saúde quando se recorde
tuberculose em que o corpo se demode
ou na epidemia que há pouco
distribui-se
dos aidéticos em que magreza
definiu-se,
quando um porte cadavérico os aborde.
Não, me refiro é às estranhas
criaturas,
de corpo esbelto, com coxas bem
estreitas,
imenso peso a carregar sendo
sujeitas.
E igualmente a quem tomou drogas
impuras
para aumentar seus ubres anormais,
mesmo no gado parecendo artificiais.
SILICONE IV
E nesses seios vejo certa perversão,
especialmente por hormônios
provocados
ou com grandes implantes arrojados,
num desajuste por maior aceitação...
Mas o que disse não é mais do que
opinião,
essas pessoas não merecem ser
julgadas
e muito menos por mim demonizadas:
quem sou eu para ler seu coração!?
Apenas sei é que todo o corpo humano
templo é do Espírito Santo, como
rezam
as Escrituras, insistindo que o
pecado
contra o Santo Espírito não será
apagado,
que tal ofensa traz em si um toque
insano
dessas mentes que seu corpo assim
desprezam.
RECEITA ANTIGA I – 20
JUL 2020
Um frasco eu encontrei
de clorexidina
em prateleira de meu
escritório,
ainda bem conservado
em seu empório,
infelizmente, não era
hidrocloroquina!
Anos atrás guardei ali
tal medicina,
talvez vencida,
merecendo seu velório,
sua proteção bem
diversa do cibório,
para as gengivas
proteger teria a sina.
Mas foi ficando ali...
anos a fio;
não a empreguei com
útil preventivo
e nem da outra
empregarei principio ativo,
que até o presente
conservo todo o brio
e nem conheço nenhum
dos falecidos,
já se curaram meus
amigos atingidos!
RECEITA ANTIGA II
Eu continuo no mesmo
ramerrão:
a minha vacina comum
do ano passado
parece ainda manter-me
conservado
ante os avanços destes
vírus que aqui estão;
Talvez possa ser mesmo
um sem-noção,
mas disso tudo eu
permaneço desconfiado;
claro que emprego um
essencial cuidado,
mas só acredito
realmente na ocasião
que venha eu mesmo
desenvolver a infecção,
muito embora desconfie
que já a tive,
leves sintomas tão só
de resfriado,
que de outros vírus já
tive a rejeição
e desta forma quiçá
deste me esquive,
sem que me dê seu
beijo de pecado!
RECEITA ANTIGA III
Mas realmente será
bela ironia
que finalmente eu seja
COVIDado
e com vigor então
“Pandeminhado”:
se eu morrer disso,
quanta gente se riria!
Mas não sou o
Presidente, quem diria!
Ninguém por mim será
muito influenciado,
não sou sequer
insignificante deputado,
pois em política
jamais me enfiaria!...
Mas vai ser mesmo
engraçado se eu morrer
depois de meu total
negacionismo!...
Apenas penso que se
tanta gente é morta
disso que dizem, foi
de outra causa perecer,
de outra doença, mas
que o atual modismo
com nenhuma outra causa mortis se conforta!
MOSQUITO ALEMÃO I – 21 julho 20
Este título, naturalmente, é caprichoso,
ainda que digam que seja bem mais claro
esse mosquito que da dengue traz o faro,
que originou-se de um lugar mais caloroso
que as florestas da Alemanha ou do rochoso
trecho do meu Brasil que foi mais caro
aos imigrantes alemães, ainda que o paro
tenha mudado e se expandido vigoroso!...
Eu reconheço a existência do racismo:
existem termos, como “negro de alma branca”
nesse pretenso elogio que tanto manca
nos cipós do pretencioso narcisismo,
superior condescendência tal sofismo,
que aos afrodescendentes mesmo espanca!
MOSQUITO ALEMÃO II
Logo eu que digo não se dever julgar,
mas aceitar a cada um pelo que é...
“Tudo que é humano me pertence,” até
disse Aretino em epigrama secular;
portanto o dedo a ninguém posso apontar,
que cada um respeite a própria fé
e aos caprichos que em seu peito têm a sé;
e nem condeno a quem os outros condenar.
Mas nem sempre fui assim, só aprendi
com o decorrer dos anos a atitude,
que me parece agora ser madura...
Ou então ao mundo eu me submeti,
tanta coisa ao redor vendo de rude,
para as quais simplesmente não sei cura.
MOSQUITO ALEMÃO III
Mas eu recordo que em minha juventude
havia racismo voltado ao alemão,
alguns dizendo que nazistas todos são,
preconceituosa totalmente esta atitude;
e embora esta tendência hoje demude,
alguns vieses permanecem na nação,
demonizada a direita em profusão,
cláusula pétrea da Constituição bem rude.
Pois tanto espaço se abriu ao comunismo,
com violência a reprimir isso que chamam,
por interesses demagógicos, fascismo;
mas o pior é que mesmo o monarquismo
é subversivo dentro das leis que dela emanam,
que ali condenam até o parlamentarismo!
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