SOMBRAS
BRANCAS I – 30 OUT 20
A
sombra branca da espiral do som
Desfaz-se
lentamente ante meus olhos,
Uma
colcha de retalhos em abrolhos
Desvairados
no arco-íris desse tom.
A
sombra branca se desfaz e com
Total
descaso assombra meus antolhos,
Lágrimas
correm como santos óleos,
Sem
que confiram unção de ânimo bom.
O
som me acolhe diuturnamente,
Sempre
que posso vou música escutar,
Minha
audição ainda extremamente fina;
E
de reuniões prefiro estar ausente,
Que
as vozes altas me vêm perturbar
Ou
essa batida mais forte me assassina.
SOMBRAS BRANCAS II A sombra me acalenta docemente,Num manto de cadência individual,Uma corrente de som em manancialE a sombra vejo ali invisivelmente. Se fosse a sombra negra tão frequente,Que me acompanha em passo sequencial,Não me daria um envolvimento natural,Seria mais outro calçado indiferente, Que me brotasse dos pés e se alijasse;Talvez se em muro ou parede se tocasse,De um dedo brotaria ou de minha mão;E uma sombra cinzenta se afastasse,Tocada pelo vento em suspensão,Sem conseguir proteger-me o coração. SOMBRAS BRANCAS III Mas esta sombra é branca e é espiral,A meu redor se enrosca como escudo,Na sensação da voz de cantor mudo,Som de orquestra sem instrumento musical. Mas é sombra de meu ser individual,Ou pelo menos nisso assim me iludo,Que o espaço a meu redor está desnudo,Só eu percebo na sombra algo marcial. Porém consigo percebê-la e ainda acreditoQue também tu tragas uma a teu redor,Que te envolve e te murmura proteção,A acariciar-te em teu momento aflito,Do mal cortando o pior de seu rigor,Qual um suspiro a penetrar no teu pulmão. REITERAÇÃO ABORRECIDA I – 31 OUT 2020 JÁ POR DEMAIS PROTESTEI DA PANDEMIA,QUE HOJE COMBATEM AINDA EM IMPOTÊNCIA,COMENTARISTAS A MASTIGAR CIÊNCIA,QUANDO DE FATO DELA NADA SE ENTENDIA;RARA A PESSOA QUE AO AR LIVRE PEGARIAESSE VÍRUS, QUE LOGO CAI EM INDOLÊNCIA,COM OITENTA E CINCO POR CENTO DE FREQUÊNCIADENTRO DE CASA É QUE SE CONTRAIRIA. MAS COMO EM CASA PODEREMOS CONVENCERA USAR MÁSCARAS COMO EM CIRURGIA;MÉDICOS PÕEM-NAS ANTES DAS OPERAÇÕESE QUANDO VÃO NOS CORREDORES SE MOVER,MOSTRAM OS ROSTOS A TODA A COMPANHIA,MASCARANDO SOMENTE OS CORAÇÕES! REITERAÇÃO ABORRECIDA II PORÉM DEPOIS DE SER FEITA A ASSEPSIA,OS BRAÇOS LEVAM ERGUIDOS PARA O AR,ATÉ OS COTOVELOS INDO SE ENLUVAR:SÓ ÁLCOOL-GEL DE NADA ADIANTARIA,QUE É SUCEDÂNEO DE MÍNIMA VALIA;O QUE IMPORTA É FREQUENTE AS MÃOS LAVARE ATÉ COM PAPEL-TOALHA SE SECAR,TOALHA DE PANO OS VÍRUS GUARDARIA! MAS EXISTE ESTA OPRESSÃO A FALQUEJAR,DO CIDADÃO TIRAM TODA A LIBERDADE,NO APAGAMENTO DA INDIVIDUALIDADE;CONTUDO EM VEJO ESTAR SÓ A DEBLATERARE NEM DEVIA ESCREVER VERSOS, NA VERDADE,SEM EM ÁLCOOL-GEL MINHA CANETA MERGULHAR! REITERAÇÃO ABORRECIDA III JÁ CONVENCER A USAR LUVAS AS PESSOASÉ MAIS HERCÚLEO QUE USAR MÁSCARAS SOMENTE,QUE ATÉ VEJO REJEITANDO MUITA GENTE,MESMO QUE TAIS PROVIDÊNCIAS SEJAM BOAS!O QUE COMBATO SÃO RECOMENDAÇÕES ATOASPARA O USO DE ÁLCOOL-GEL ONIPRESENTE,SENSAÇÃO FALSA DE SEGURANÇA TRAZ INGENTE,APÓS OUVIR DE SEU USO TANTAS LOAS. PORQUE A PESSOA LEVA APÓS AO ROSTO AS MÃOSE COMO METADE DA FACE ESTÁ COBERTA,É QUASE CERTO QUE AS PÁLPEBRAS APERTAE TAL PRODUTO PODE OFENDER OS OLHOS SÃOSE ALI CAUSAR INCÔMODA ALERGIA,SENÃO PROBLEMA QUE AINDA MAIS TE AFLIGIRIA! NUVEM DE VERSOS I – 1º NOV 2020 Já esperei um dia – que tolice!que alguém chegasse num intento de ledicee oferecesse para de graça publicaro imenso fruto de meu constante laborar.Pois até houve uma editora singularque as despesas todas quis pagar,na esperança que em tal ano conseguisseum prêmio de uma agência que então visse. Mas houve atraso em tal publicaçãoe o prazo se esgotou para o concurso,talvez por má-vontade e não decursoe as despesas cuidadosas da ediçãode forma alguma lhe foram ressarcidas,e vão tornou-se o investimento dessas lidas. NUVEM DE VERSOS II Assim nem esta nem ninguém segunda ofertame apresentou com idêntico sentidoe há tanto verso pueril que tenho lido,os meus ainda qual ferida aberta!Não que eu anseie pela sorte incertade um livro que publicado tenha sido;não conservo ilusões, nem sou movidoa insistir em tal causa pouco alerta. Prefiro enviar então a gigantescaprodução que me enviam avatares,pela rede em seus vastos delizares,quer sublime a palavra ou então grotesca:nada me custa, só o tempo ali vertido,que bem ou mal, não me parece ser perdido. NUVEM DE VERSOS III Muito mais tempo então se perderiana árdua demanda por tal impressão;teria ao menos de fazer a revisãoe apenas nisso muito tempo gastaria,enquanto os novos poemas deixariade redigir entre tanta altercação.Se os digito é que acredito que eles sãobem mais valiosos que a fama que teria. Para publicar tão somente uma fração,quantas dúzias de livros são precisospara conter meus milhares de sonetose outros poemas da impudica produção?E assim apenas os posto por sorrisos
granjear de quem lhes dê gentis afetos!...

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