domingo, 8 de abril de 2012

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO


(folclore brasileiro, recontado por
William Lagos, 9 DEZ 2011).

Era uma época de seca e a Raposa
andava às tontas, sem saber o que caçar:
todos os pássaros já haviam sumido,
os coelhos e tatus tinham fugido;
cada bichinho que pudera se escapar
fora em busca de região bem mais formosa...

Ora, com a Onça o mesmo acontecia:
tinham sumido veados e macacos,
pois não havia uma só fruta pelos galhos
e não queriam mais passar trabalhos;
até as cobras se enfiavam em buracos:
dormiam enroscadas noite e dia...

Ela pensara em mudar de território;
havia outras onças pela redondeza
e cada uma a sua área defendia,
com unhas e dentes e a Onça não podia
mudar-se para longe, com certeza,
nem restos davam, se fizesse um peditório...

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO II

Os sitiantes andavam bem armados
e todos tinham cachorros bem ferozes;
sua criação guardavam em cercados,
com ração eram os bichos sustentados...
Os banqueiros, de fato, eram algozes,
mas que fazer?  Ficavam endividados...

Mas a Raposa era outra que sofria:
não conseguia entrar nos galinheiros,
tinham voado as codornas e as perdizes,
mal e mal mastigava umas raízes,
era caçada pelos perdigueiros
e nem sabia mais o que fazia...

Até o Corvo já passava mal:
em época de seca, antigamente,
ele comia o gado e até engordava;
mas agora que as vacas alimentava
o seu dono com feno, mais frequente,
os seus bichos nem morriam, afinal...

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO III

Um dia, Onça e Raposa se encontraram,
as duas pele e osso, a se queixar:
“Comadre Onça, a situação está horrível!
Nem se consegue um pinto, está terrível!...”
“Também não tenho de que me alimentar...’
disse a Onça...  E as duas se fitaram.

De repente, a Raposa percebeu
que os músculos da Onça retesavam...
Sem pensar duas vezes, disparou
e para o fundo da mata se mandou...
Pensou o Corvo lá de cima que caçavam
e logo em seu encalço se meteu!...

“Se alguma coisa essas duas caçarem,
sempre sobra um restinho para mim!...”
Mas procurou em vão ver um veado,
as duas corriam para o mesmo lado
e logo descobriu porque era assim:
“Vou ver as duas pestes se pegarem!...”

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO IV

“Ou essa Onça cai em algum mundéu
preparado pela outra e morre lá
ou então é a Onça que a Raposa vai caçar
e um restinho de ossos vai sobrar
para meu bico...  Vamos acolá,
para ver o que resulta do escarcéu!...”

A Raposa corria mais depressa,
mas estava fraca, por falta de comida
e a Onça era um bicho bem maior,
já a distância ia ficando bem menor!
A Raposa então pensou estar perdida,
a não ser que lhe pregasse alguma peça!...

Logo encontrou um esqueleto ressequido,
reconhecendo de onça uma caveira!...
E como já estava bem cansada,
tomou uma decisão muito arriscada:
interrompeu sua louca corredeira,
pegando um osso bastante carcomido...

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO V

E fingiu estar comendo alegremente...
Chegou a Onça à borda da clareira
e viu a Raposa no seu falso convescote...
E ao preparar-se para dar-lhe um bote,
escutou a Raposa, bem lampeira,
sabendo bem do perigo pela frente...

“Mas que Onça deliciosa que eu matei!
Vou-lhe roer os ossos até o tutano!
Minha fome era tanta, que eu comi
a carne e o pelo e tudo mais que vi,
minha primeira festança deste ano:
com essa onça enfim me banqueteei!...”

A Onça viu o cenário e estremeceu!
“Acho melhor eu me escapar daqui!...”
Com o rabo entre as pernas, foi fugindo,
não lhe convinha seguir mais perseguindo
um bicho tão feroz como esse aí!...
Para bem longe, no mato, ela correu...

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO VI

Mas o Corvo lá de cima, já espiava
e viu estar perdida sua esperança:
“Mas que onça bem burra!” ele pensou.
“Acho que a treta lhe contar eu vou...
Ela pega essa raposa e, de lambança,
me garante que uns restos me deixava!...”

E o Corvo foi voando bem depressa
para onde a Onça estava descansando
e pousou sobre um galho, bem pertinho.
“Dona Onça,” ele disse com carinho,
“Por que a senhora está aí chorando,
Um bicho forte que caçar não cessa!...”

Mas a Onça respondeu, num só lamento:
“Você veio é me agourar, seu bicho ruim!
Não como há um mês, mas ainda não morri...
Muito pior foi a cena que hoje eu vi:
essa raposa eu vi comendo assim
uma outra onça!...  Ai, que sofrimento!...”

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO VII

“Dona Onça, se um segredo eu lhe contar,
a senhora me dá alguma recompensa?”
“Até daria, mas não tenho nada!...”
“Mas vai ter...  A senhora foi enganada,
essa raposa é cheia de sabença
e só fingia a outra onça devorar!...”

“Mas eram ossos de onça, eu vi a caveira!”
“Lá isso eram, Dona Onça, só que velhos;
era o esqueleto da senhora sua avó,
que faleceu um dia, a pobre, muito só...
Com meus irmãos eu fui comer até os artelhos
e a carcaça limpamos toda inteira!...”

“Mas, Dona Onça, isso já faz anos!...
Aqueles ossos estão secos e quebrados,
a raposa só fingiu estar roendo...
Mas agora que a senhora está sabendo,
faça a malvada pagar os seus pecados,
só me deixe os ossos e os tutanos!...

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO VIII

Então a Onça se ergueu, muito zangada,
com novas forças, apesar da fome,
e voltou em disparada até a clareira
a voz do corvo crocitando bem ligeira:
“Vamos depressa, senão a outra some
e a senhora acaba sem ter sem nada!...”

Mas a Raposa, que estava descansando,
depois da vã tentativa de roer
aqueles ossos já velhos demais,
viu que medula já não tinham mais
e ficou ali quietinha, a se lamber,
o seu futuro ainda imaginando...

De repente, escutou a barulhada
que a Onça fazia, em sua correria
e mais os pios do Corvo pelo ar,
entusiasmando-a com seu crocitar;
e ao perceber que às suas costas lhe surgia,
falou assim, como quem não quer mais nada:

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO IX

“Como o Compadre Corvo se demora!
Ele veio me pedir algum tutano,
mas destes ossos não sobrou mais nada
e eu mesma continuo ainda esfomeada,
foi a primeira boa comida deste ano,
mandei logo que o Corvo fosse embora!...”

“Mas ele então me disse: ‘E se eu trouxer
a outra onça, para a senhora matar?
Ela está fraca, a senhora já está forte,
vai ser bem fácil lhe causar a morte!...
E depois que a senhora a devorar,
eu vou comer os restos que me der...’

“Porém o Corvo está muito demorado;
Atrás da Onça eu mesma irei agora,
ela deve estar bem desprevenida
e com dois golpes eu a levo de vencida;
mas o Corvo eu mandarei de novo embora,
depois que a Onça tiver toda devorado!...”

A RAPOSA, A ONÇA E O CORVO X

E a Onça apavorou-se, novamente
e saiu pela mata, em disparada,
enquanto a Raposa se escapava
e logo mais adiante, ela escavava
um ninho de lagarto e sua ninhada
comia de um em um, alegremente!...

Mas o Corvo foi a Onça procurar:
“Dona Onça, isso tudo foi mentira!...”
“Você não passa de um animal traidor,”
disse a Onça, “mas não guardo mais rancor,
enfraqueci e minha cabeça gira...
Eu vou morrer e você vai me devorar...”

E ficou ali parada, bem quietinha,
até o Corvo pensar que tinha morrido
e veio experimentar uma bicada...
Porém a Onça lhe deu uma patada
E engoliu inteiro o enxerido:
carne bem ruim, mas que a calhar lhe vinha!

EPÍLOGO

E é por isso que os corvos hoje esperam
até que tenham a mais plena certeza
de que os bichos morreram de verdade
e só então vão comer à saciedade:
são os coveiros de toda a Natureza
e do mau cheiro e doenças nos liberam!...


5 comentários:

  1. é muito bom preservar há natureza pois ela é uma dadiva de DEUS ASSJOSE MARTIN JUNIOR SAÕ PAULO CAPITAL .

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  2. EU SOU UM APAIXONADO PELA NATUREZA POIS TEMOS QUE SABER SER MAIS SIDADAÕ AO PRÓXIMO E TAMBÉM SER SOLIDARIO COM AS PESSOAS EM GERAL,A amizade é um abraço de perdaõ; um aplauso que estimula; um encontro que regozija; uma entrega sem calcular e um esperar...sem cansaço.

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  3. OUVE-ME QUANDO EU CLAMO Ó DEUS dá minha vida justiça;na angustia me deste larquesa; tem misericordia de min e ouve a minha oraçaõ. Filhos dos homens,até quando convertereisa minha glória eminfamia/ATÉ quando amareisá vaidade e buscareis a mentira/SABEI pois ,que o senhor separou para si aquele que lhe é querido; o Senhor ouvirá quando eu clamar a ele. Pertubai-vos e naõ pequeis; falai com o vossocoração sobre a vossa cama, e calai-vos.Oferecerei sacrificios de justiça, confiai no SENHOR. MUITOS dizem; QUEM nos mostrará o bém /SENHOR,EXALTA SOBRE NÓS A LUZ DO TEU ROSTO.PUSESTE alecria no meu coração, mais do que no tempo em que se multiplicaram o seu trigo e o seu vinho.EM paz tamém me deitareie dormirei, porque só tú SENHOR,me fases habitar em esgurança. QUE o nosso abraço sejá mais forte que o tempo e a morte; quea luz da nossa amizade possa arder para sempre.

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  4. saõ palavras que DEUS me deu para escrever pois jesus é fie e nosso pai celeste diguino de toda onra e glória e poder pois ele é o prncipe da páz ass jose martin junior seu servo e filho .

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  5. um feliz ano novo para todos os que estão em sintonia para com os amigos deste canal aberto para há vida vamos ajudar nossos irmãos aitianos que estão pesisando de mantimentos água e roupas e tudo que poderem ajudar famlias pobres que presisaõ de carinho que jesus te abençoem grandimente jesus te ama meus amigos assjose martin junior um servo de DEUS VAMOS AJUDAR AO PRÓXIMO COMO ATI MESMO .

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