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subitamente I
por certo não desejo,
por certo foi certeza...
acometido fui de
estranho sentimento,
mais garantia do que
pressentimento
de que todos os
caminhos da nobreza
para nós se abririam,
sem demora:
que as portas seriam
descerradas,
que as emoções se
fariam reveladas
e as campânulas
dobrariam nossa hora,
em que afinal, depois
de longa espera,
em que o engano
trocista me traía,
em que trilhaste
largos descaminhos,
estaremos de novo
nessa esfera
que em paz e afluência
nos unia,
na permanente
guirlanda dos carinhos...
subitamente II
contudo, por qualquer
premonição,
surge depressa um novo
desaponto,
as coisas se acomodam
no pesponto
e permanece o mesmo
ramerrão.
há sempre essa
constante oscilação
de emoções agitadas em
reponto;
é impossível firmar-se
num só ponto,
que tudo gira ao
compasso da canção,
pois eu queria que
sempre me escutasses
e me assistissem na
interior televisão
ou me ligasses no
rádio de tua mente,
mas eu sei bem que não
existem tais repasses,
tens muitos ritmos em
teu coração,
nele meu canto nem
sempre está presente.
subitamente III
assim, é bem melhor a
aceitação
da convivência
inesperada dos carinhos:
melhor é contentar-me
com beijinhos
do que esperar pelo
beijo da paixão,
que já me deste nos
tempos que lá vão...
hoje teus beijos são
mais comezinhos,
mas nem por isso
transformaram-se em espinhos,
numa rotina de rusga e
discussão.
de fato, quando eras
mais ardente,
as emoções da fúria se
alternavam
e me queimava a estrela
tua cadente;
nunca sabia quando as
cóleras chegavam,
na alternação do humor
indiferente
e teus furores
totalmente me espantavam.
subitamente IV
e desse modo, tomo o
pressentimento
por entre os dedos,
sob a lupa, com cuidado.
melhor seja muito bem
examinado,
não confundir desejo e
pensamento.
na realidade não
existe encantamento,
porém despesa e
coração atribulado.
a riqueza é mais um
gato encabulado,
que vem pedir carinho
num momento
e quando a gente no
colo quer pegar,
já se arrepia e salta
para longe:
vem quando quer e foge
bem depressa!
e amor se porta de
forma similar,
pois te atormenta o
hábito de monge,
te dá um carinho e
então se olvida da promessa...
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