domingo, 30 de maio de 2021


 

 

DIVERSITIES VI – translated on May 30, 2021

 

Rather strange is that diversity:

which process turns one into a criminal

while his brother a pure honesty

will show along his life and be generous,

while the next is egotistical and cunning?

What leads one toward generosity

while another seeks only his own pleasure

and takes falseness as single standard?

Why so few are those who can

change themselves along their natural lives,

when all others remain throughout the same?

Is it for their own merit that they follow

the same virtue someday they had chosen

or where they born different from the most...?

 

MY PORTUGUESE ORIGINAL BELOW

 

DIVERSIDADES VI

 

É muito estranha essa diversidade:

qual o processo que faz um criminoso,

enquanto seu irmão honestidade

demonstra toda a vida e é dadivoso,

porém o outro por egoísmo é um ardiloso?

O que nos leva à generosidade,

ao passo que outrem busca o próprio gozo

e toma por padrão a falsidade?

Por que tão poucos são os que conseguem

se transformar ao longo desta vida,

mas permanecem os outros sempre iguais?

É por mérito próprio que perseguem

essa virtude a que deram guarida

ou já nasceram diversos dos demais?

 


 

OS OLHOS DA PRINCESA

CAPÍTULO SEXTO – 30 MAIO 2021

 

“Mas anda logo, conta o resto de tua história,

que aconteceu com tua princesa bela?”

“Bem, meu falcão arrancou os olhos dela

e então fugi da forma mais inglória,

aí encontrei esta árvore tão alta

e vim subindo até chegar aqui,

levei horas trepando, até que consegui,

em toda a vida, só cometi essa falta!...”

 

“Já entendi, mas os olhos... onde estão?”

“No meu bolso, senhor, bem guardadinhos...”

“Deixa-me ver se são mesmo bonitinhos...”

“Ai, meu senhor, não quero mostrar, não!”

Então o Mago Céu pôs-se a tossir

e se formou uma procela violenta,

a árvore balançava e Maugan se atormenta:

“Pare, senhor, que assim eu vou cair!”

 

“Qual é o problema?  Eu apenas tossi...

Mostre-me os olhos da sua princesa!”

“O senhor me devolve, com certeza?”

“Como posso saber, se nem os vi...?”

Maugan mostrou os olhos para o Mago,

que estendeu a enorme mão e os agarrou

e bem ligeiro em sua túnica os pregou:

“Belos enfeites são para este meu afago...”

 

“Porém são meus, senhor, preciso devolver!”

“Mas não vê que estão lindos no meu manto?”

“Senhor Mago, quero quebrar o encanto,

para que de novo Flor de Espinheiro possa ver!”

Mas a tossir outra vez o Mago começou,

provocou forte borrasca e tempestade,

com raios e trovoadas à vontade

e finalmente a árvore inteira se quebrou!

 

Maugan caiu por horas, sem parar!

Quando pensou que iria morrer ao desabar,

sobre algo macio sentiu-se aterrissar:

era o rei que estava embaixo a esperar!

Ele mandara construir enorme escada,

para subirem em busca do ladrão,

de sentinela permanecendo na ocasião:

por sua barriga fora a queda atrapalhada!

 

“Mas quem és tu, que me atacaste agora?”

“Sou Maugan, senhor, o filho do falcoeiro!”

“Miserável ladrão!...  Devolve-me ligeiro

os olhos de minha filha nesta hora!...

Está ocultando o lindo rosto com um véu

E não consegue mais conter o pranto!...”

“Não tenho mais, senhor.  Pregou-os no manto,

que cobre a Terra inteira, o Mago Céu!...”


 

 

MEMBRANE OF OSMOSIS – Translated May 29, ‘21

 

Dull

gets my heart when I cannot find you

within the flights of faces all around,

which I listlessly munch, bite after bite

like a shard

in the craven attempt to find you again

in the useless efforts to make miss me

all those faces I fight with my club

and all the same

they come back insistently anew

to prevent me to see you face,

as when your mouth used to shine to me

do slip

my soul into the thread of your sleepiness

so that I always may be close to you,

may I become the beads that your hand tell

or else never expect

that I might remain faithful to a single flower

for all that my heart can’t ever forget you

in the shining bitterness of my nostalgia


WHO REMEMBERS THE ONCE FAMOUS 

ACTRESS, BETTY GRABLE?


THIS THE PORTUGUESE ORIGINAL

I TRANSLATED THE ABOVE FROM,

 

MEMBRANA DE OSMOSE I

 

Opaco

fica meu coração, se não te encontro

nas revoadas de rostos que me cercam

e que mastigo indiferente, naco a naco.

É como um caco

a busca abjeta por teu reencontro,

o esforço inútil para que me percam

esses rostos que alvejo com meu taco.

Todavia,

eles retornam, em vezo de insistência,

impedindo que teu rosto sequer veja,

quando tua boca para mim luzia.

Enfia

minha alma nesse fio de tua dolência,

para que sempre de ti perto eu esteja,

que seja o terço que tua mão desfia.

Ou não esperes

que fiel a uma só flor eu permaneça,

por mais que o coração nunca te esqueça,

acidulado no fulgor da nostalgia.

 


sábado, 29 de maio de 2021


 

 

OS OLHOS DA PRINCESA

CAPÍTULO QUINTO – 29 MAIO 2021

 

“Que fazes aqui?” – indagou um vozeirão.

“Desculpe, não sabia que o Sr. aqui estivesse...”

“E aonde mais querias que eu vivesse?

Sou o Mago Céu e esta é minha mansão.

Responde, então: o que fazes tu aqui?”

“Se eu responder, não vai me fazer mal?”

“Vai depender da consequência natural...”

“Então confesso: estou aqui porque fugi...”

 

“E fugiste assim de quê, posso saber?”

“Meu pai morreu e me recomendou

Que fizesse fortuna e o falcão me aconselhou.”

“Seu falcão fala?  Não costumo conhecer

falcões falantes, mas o que lhe aconteceu?”

“Eu lhe disse que só tinha um desejinho:

queria casar-me com a Princesa Flor de Espinho,

a única vontade que à mente me ocorreu...”

 

“E por que querias casar-te com a princesa?”

“Porque é muito bela e tem olhos brilhantes...”

“Olhos brilhantes sempre são interessantes...

Estás vendo minha túnica longa e tesa?”

De fato, a túnica do mago recobria

a Terra inteira, de uma a outra ponta;

por toda parte nela se pesponta

multidão de luzinhas cintilantes de magia...

 

Maugan reparou que algumas mesmo pareciam

piscar para ele igual que fossem olhos:

“Quantas estrelas há nesses refolhos!...”

“São meus enfeites que deste modo reluziam,

porém ja foram os olhos de pessoas;

depois que morrem, no meu manto os prendo

e esse povo lá de baixo, os vendo,

chamam de estrelas, mas são de gentes boas.”

 

“Os olhos dos malvados brilham mal...

Não se dão conta de que sou o firmamento,

quando respiro é que provoco o vento,

a minha tosse origina o vendaval;

é quando eu suo que toda a chuva cai

e quando eu suspiro, se inicia a tempestade

e meus espirros são raios de verdade,

tudo o que eu faço por sobre a terra vai!...”

sexta-feira, 28 de maio de 2021


 

 

ALOOFNESS 12 – Translated May 28, 2021

 

Only it is when you shelter me in your dream

that all of your aloofness will dissipate

and for love all of your breast will equate

into this welcome I immediately will swim.

 

In this unreal world to remain I always mean

that is not mine at all.  Therein I hope we mate

in the wine of your mind, to build and sate

the ideal dwelling in which to find no seam.

 

My whole being and all my ideals lost

in that illusion of the most concrete rainbow

from that dream you will never try to flee.

 

Wherein you take me with all my faulty cost

into that mother-of- pearl of your own glow,

to my absence never no more to agree.

 

ILLUSTRATED BY  THE HOLYWOOD

ACTRESS, CANDICE BERGEN

BELOW MY OWN ORIGINAL SONNET WRITTEN IN PORTUGUESE,

 

ESQUIVANÇA XII

 

Pois é somente se me acolhes em teu sonho

que a esquivança inteira se dissipa

e para o amor teu seio inteiro equipa,

nessa acolhida a que logo me disponho.

 

Nesse mundo irreal só me reponho,

que nem sequer é meu: estranha pipa

do vinho de tua mente, trave e ripa

da moradia ideal, em que componho

 

meu ser inteiro e meus ideais defeitos.

Nessa ilusão do mais concreto arco-íris

de teu sonhar nem buscas mais fugir...

 

Pois me recebes, com todos meus defeitos,

na madrepérola da teia que me urdires,

sem nunca mais minha ausência permitir.

 

 


 

 

OS OLHOS DA PRINCESA

CAPÍTULO QUARTO – 28 MAIO 2021

 

Maugan levou os falcões ao rei

e se postou à margem do caminho,

com Peito Branco bem escondidinho:

“Sob o gibão eu te conservarei!...”

Lá vinha o rei com seu falcão, bem emproado,

a princesa logo atrás, muito formosa,

seu rosto desdenhoso de orgulhosa,

depois cortejo muito bem aparelhado...

 

Peito Branco falou: “Chegou a hora,

anda depressa, tira o meu capuz!”

Veloz voou, com suas garras em cruz,

os dois olhos arrancando sem demora!

Ficou a princesa a soltar urros de dor,

ninguém sabia o que havia ocorrido,

Peito Branco bem depressa se escondido

sob o gibão de seu jovem portador.

 

“Corre, idiota, não fiques aí parado!”

Logo notaram onde o falcão se metera

e toda a gente se avançou, ligeira,

Maugan se pôs a correr, desabalado!

Foi perseguido por batedores e cavalos...

“Corre! Corre!  Gritava-lhe o falcão.

Já não aguentava mais seu coração,

seguia saltando por riachos e por valos!

 

Até que ao longe avistou uma floresta

e ‘fazendo das tripas coração’,

com mais um salto alcançou-lhe a proteção.

“Os cavalos já não me pegam desta!”

“Pode até ser, mas os cachorros pegam!

Sobe a uma árvore, mais do que depressa!”

Maugan longa escalada então começa,

latem os cães, mas a subir se negam!...

 

“Os homens sobem, rapaz, arriba, arriba!”

Maugan galgou por uma hora ou mais,

os homens do rei escorregando por demais,

o rei furioso, mas só fazendo figa!...

Só para a meia-noite ele encontrou

um galho em que pudesse se assentar

e antes mesmo que pudesse descansar,

um rosto imenso curiosamente o contemplou.

quinta-feira, 27 de maio de 2021


 

 

OS OLHOS DA PRINCESA

CAPÍTULO TERCEIRO – 27 MAIO 2021

 

Peito Branco começou a caminhar

para cá e para lá, como enlutado,

depois voltou ao poleiro acostumado:

“E agora, Maugan, que queres realizar?”

“Não sei sequer se o rei me aceitará

no lugar de meu pai.  Não sei mais nada,

minha vida de repente está parada,

não faço ideia do que me sucederá...”

 

“Ora, aos dezoito anos, todos têm

planos, sonhos, ao menos um desejo;

não posso te ajudar no atual ensejo

se qualquer pista não me dás também...”

“Ora, eu tenho um desejo pequeninho...”

“E qual será então, meu bom rapaz...?”

“Sei que é um desejo que não se satisfaz:

Eu queria me casar com Flor de Espinho...”

 

“Queres casar com a filha única do rei?

E ainda falas ser um desejo pequeninho!...”

“Acho que nunca irá ficar grandinho;

mas se casar com ela, um dia eu vou rei...

Não vai ser bom ser rei?” “Eu que não sei,

rei nunca fui...  Dizem que a princesa é bem malvada.”

“É muito bela.  Queria ficasse apaixonada

só por mim.  Eu sempre a amarei...”

 

“Acho que nisso eu posso te ajudar:

vou arrancar os olhos da princesa

e te entregar.  Ao ver que está indefesa,

talvez a possas convencer a se casar...”

“Mas a coitada não vai ficar cega?”

“Ela não vai enxergar, mas sei de um jeito

de lhe tirar os olhos sem defeito:

se os devolves, talvez amor por ti não nega...”

 

“Amanhã haverá uma nova falcoaria,

eu fiquei de levar as aves para o rei...”

“Pois leva-me também.  O que fazer eu sei,

com um capuz, de mim ninguém desconfiaria...”

“Peito Branco, minha vida vais salvar!”

“Não sei, não.  O contrário pode ser,

o rei talvez executar te vá querer,

talvez eu possa até tua morte provocar!”