sábado, 17 de agosto de 2013




JOÃO E MARIA DE MONTEIRO LOBATO
(recolhido por Sílvio Romero no Sergipe, adaptado por Monteiro Lobato em Histórias de Tia Nastácia, versão poética WILLIAM LAGOS, 5 ago 13)

JOÃO E MARIA I

Havia um casal que tinha doze filhos
e nunca tinha comida que bastasse...
Um dia tomaram má resolução:
escolheram dentre os doze os mais arteiros;
seu pai levou os dois, seguindo os trilhos
da floresta, por que lá os abandonasse,
pois para eles fechara o coração...

As duas crianças eram João e Maria,
ela com oito e ele com dez anos;
disse-lhe o pai que iam tirar mel,
indo a seguir até dentro da mata;
as abelhas das colmeias então corria
com uma tocha de breu e velhos panos,
enchendo logo os potes com tal gel...

Mistura grossa de favos e de cera;
mas quando a tarde chegava pelo meio,
lhes disse o pai: “Fiquem aqui os dois,
meu pote vou encher com lechiguana,
que é o melhor, mas sua picada é fera,
são as vespas mais ferozes deste veio;
eu melo a casa e os chamo então depois...”

Mas ao invés de ir buscar as lechiguanas
(que os índios também chamam magangá),
ele se foi embrenhando no cerrado,
na direção contrária de sua casa
e após tomar decisões bem desumanas,
chamou as crianças, sua intenção má,
e correu para outro rumo o desalmado!... 

JOÃO E MARIA II

As duas crianças saíram em disparada
na direção de que o grito lhes chegara,
mas não puderam encontrar seu pai...
Porém achando que estivesse mais adiante,
se embrenharam na mata mais cerrada,
sem saber que esse malvado se escapara,
e já bem perto de sua casa agora vai...

Caiu a noite no meio do arvoredo
e os dois coitadinhos se perderam,
acabando por dormir abraçadinhos,
após comerem a cera com o mel...
No outro dia, acordaram-se bem cedo,
comeram o que sobrou e até enjoaram,
pois mel demais dá nojo até em ursinhos...

Chegou outra noite e dormiram no capim,
sob os ramos de uma árvore protegidos;
veio outro dia e a fome já apertava;
João foi subindo até a copa de um carvalho;
lá viu fumaça que subia... e assim
pensou que não estavam mais perdidos,
pois decerto era sua casa que avistava!

Mas quando os dois chegaram lá pertinho,
não era em absoluto a casa amiga,
mas de uma velha que vivia sozinha,
atrapalhada e até meio catacega...
Foi João chegando, bem agachadinho
e viu que assava na lareira, à moda antiga,
bolinhos de batata em sua cozinha!...

JOÃO E MARIA III

Ficou com medo de pedir à tal senhora,
mas como estava de fome quase morto,
quebrou uma vara que crescia bem perto,
a ponta enfiando pelo vão da janela...
Pescou um bolinho assim, na mesma hora,
e usando novamente o galho torto,
outro bolinho foi buscar no vão aberto...

Quando a velha se virou, para botar
na sua tigela mais dois bolinhos quentes,
deu pela falta dos primeiros dois...
Porém pensou ser coisa de seu gato
e começou a chiar e a resmungar:
“Chispa, gato, com teu leite te contentes,
não me furtes meus bolinhos, ora, pois!...”

João levou os dois bolinhos a Maria
e cada qual comeu um, bem satisfeito...
Passaram o dia vagueando pela mata,
mas sem acharem o caminho de saída...
Decidiram voltar à casa que lá havia,
mesmo sabendo não ter qualquer direito
e lá Joãozinho mais dois bolos logo cata!...

De novo a velha, surda e catacega,
pensou o gato ser que havia pegado
e reclamou de novo: “Chispa, gato!...
Não me furtes meus bolinhos, sem-vergonha!”
Em sua busca João maior cuidado emprega,
mas seu caminho não mais fora encontrado
e assim voltaram para um outro desacato...

JOÃO E MARIA IV

Desta vez, Maria insistiu em vir com João
e ficou a espiar pela janela,
mas quando a velha com seu gato ralhou
não se conteve e soltou uma gargalhada!...
A velha então rodopiou como um pião:
“Belo rapaz e minha menina bela,
estão com fome?” Ela logo perguntou.

“Por que não me pediram?  Estão perdidos?”
Os dois tiveram medo de fugir
e ela insistiu, a demonstrar falso carinho:
“Entrem logo!   Sei que gostam dos bolinhos...
Tenho outras coisas gostosas, meus queridos...
Moro sozinha aqui...  Venham dormir...
Amanhã lhes mostro de casa o bom caminho...”

Porém assim que os dois adormeceram,
ela logo prendeu as duas crianças
numa arca grande, para que não fugissem...
Tendo notado que estavam bem magrinhos,
deu-lhes doces e bolos e eles comeram...
Quando gordinhos, nutria as esperanças
de que uma boa refeição lhe permitissem...

Há muito tempo carne não comia,
estava enfarada de mel, leite e batatas
ou dessas frutas que achava na floresta...
Não se animava a matar sua vaquinha,
sentindo falta dos ovos que teria
se suas galinhas, de longínquas datas
não tivesse feito canja a velha besta!...

JOÃO E MARIA V

Para que os coitadinhos engordassem,
ela lhes dava doces e bolinhos
e insistia que botassem um dedinho
fora da arca para ver em que ponto estavam;
mas como um rabo de lagarto eles achassem,
já desconfiado de tantos agradinhos,
João só mostrava esse rabo bem fininho.

Assim a velha catacega se enganava,
pensando estarem ainda bem magrinhos,
até que um dia resolveu dar um puxão
e ficou com o rabinho em vez de um dedo!
João se encolheu, mas Mariazinha ela apalpava:
“Ah, sim, estão os dois já bem gordinhos,
podem sair e na limpeza dar-me a mão!”

Ela tinha uma varinha enfeitiçada
que não deixava qualquer deles fugir,
mandando João ir catar bastante lenha,
e Maria a fazer a lida de casa.
“Mas ande logo, que a mata está cerrada,
existem feras que só fogo irá iludir,
volte depressa, antes que a noite venha!...”

Porém, enquanto João andava pela mata,
pousou num galho um pássaro formoso,
logo virando-se em uma linda fada,
que lhe falou: “Essa velha é uma bruxa,
quer devorar vocês dois feito uma gata!
Não fuja agora, pois sei que é corajoso,
Senão sua irmã é que vai ser devorada!”

JOÃO E MARIA VI

Ficou o menino muito surpreendido
e indagou: “A senhora é uma fada...?”
“Sou mais que isso, sou Nossa Senhora
e de quem não tem batismo sou madrinha...”
“A gente mora meio que escondido,
aqui não existe igreja e nem mais nada,
para batismo nunca chega a hora...”

“Eu sei, meu filho, a culpa não é sua:
seus pais teriam bem longo caminho
até chegarem à próxima capela...
Mas eu te batizei, lá desde o céu,
minhas lágrimas desceram desde a Lua
e caíram sobre ti com meu carinho;
eu vi tua alma e sei que é muito bela...

“E a senhora batizou também a Maria?”
“Não, meu filho, mesmo meu nome trazendo,
infelizmente a sua alma é menos pura...
Ela precisa primeiro se lavar
no sangue de meu Filho, em homilia...
Mesmo pequena, já tem pecado horrendo:
neste instante ela te trai como perjura...”

“A fim de conservar a própria vida
ser da bruxa a aprendiz foi aceitar...
Elas duas vão erguer uma fogueira
e convidar você para uma dança...
Quando acharem que chegou a hora devida,
para o fogo a você irão empurrar;
depois sua carne devorar inteira!...”

JOÃO E MARIA VII

“Você deve conversar com Mariazinha
e lhe dizer que já conhece toda a história;
será a culpa na sua cara revelada
e de vergonha, então, o ajudará...
Diga: ‘Dance primeiro, minha avozinha,
não sei dançar qualquer dança meritória...’
Finja inocência e ela será enganada!...”

“Mas quando a bruxa se puser a dançar,
empurre-a para dentro da fogueira!
Porém terão depressa de ir embora:
subam logo na árvore mais alta,
porque a cabeça ir-se-á arrebentar
e três cães irão sair em corredeira,
rodando a árvore e a ganir na mesma hora!”

Mas primeiro você pegue três bolinhos:
quando surgir esse primeiro cão,
grite‘Turco!’ e então jogue a comida...
Quando chegar o segundo dos cachorros,
ainda bem firme no meio dos galhinhos,
jogue outro bolo e depois grite: ‘Leão!’
Grite ‘Facão!’ ao que vier em seguida...”

“Terão assim três guardas fiéis!...”
Falando assim, sumiu Nossa Senhora
e João voltou, carregado de madeira,
chamou Maria e lhe disse saber tudo...
Disse a bruxa: “Vamos à Dança dos Cem Réis!
A Lua já surgiu e está na hora!...”
E logo a velha acendeu lume na fogueira!

JOÃO E MARIA VIII

“Mas, avozinha, eu não sei como dançar!
Dance primeiro, para que eu possa aprender...”
E no momento em que ela começou,
os dois juntos a empurraram na fogueira!
Pediu socorro, mas ao invés de a auxiliar
foram os dois até a árvore, a correr...
Logo em seguida a sua cabeça se estourou!

João lembrara de pegar os três bolinhos
e logo três pedaços da cabeça
começaram a virar-se em cães ferozes!
Quando o primeiro chegou ao pé da árvore,
João gritou: ‘Turco!’ e foi jogando pedacinhos,
que o cachorro comia, em grande pressa...
Veio um segundo, soltando uivos atrozes!...

João gritou: ‘Leão!’ e lhe jogou outro bolinho,
que o animal engoliu, alegremente...
Lançou o terceiro, ao grito de “Facão!”,
que o cachorro engoliu de um só bocado,
cada um dos três ficando bem mansinho,
com seus rabos sacudindo, bem contente
e ainda lambendo as mãos de seu patrão!

Após descerem da árvore os dois irmãos,
como a casa não mais tivesse dona,
se instalaram, na maior das alegrias...
João saía todos os dias a caçar,
acompanhado sempre pelos cães...
Dentro de casa, Maria era mandona,
a cozinhar e a limpar todos os dias...

JOÃO E MARIA IX

O tempo foi passando e eles cresceram...
Certo dia, apareceu um lenhador
que começou a namorar Maria...
Porém só vinha quando João não estava...
Mas no dia em que os dois se conheceram,
já de saída, foi o maior rancor...
E João disse que o namoro não queria!

Maria, contudo, já estava apaixonada
e às escondidas, seguia namorando...
Quando João achava o outro, já brigavam
e assim os dois foram se desentendendo
e o lenhador convenceu a namorada
que o único jeito de seguirem se encontrando
era se os dois de Joãozinho se livravam!...

E então Maria, seu coração endurecido,
mostrando ser bem filha de seus pais,
consentiu em matarem seu irmão!...
Mentiu a João estar cansada do namoro,
“Mas esse lenhador é um intrometido...
Sempre levas os cachorros quando vais
e ele aproveita para a incomodação!...”

“Deixa os cachorros em casa, quando fores,
que eu boto o lenhador para correr...”
João concordou, sem desconfiar de nada...
O outro estava perto e logo veio
e, para garantirem seus amores,
com cera os ouvidos foram então encher
dos três cachorros, com intenção malvada!...

JOÃO E MARIA X

Maria deu então ao lenhador
a espingarda sobressalente, que ficava
na casa, quando o irmão saía a caçar!...
O namorado deu em João uma pedrada
para tirar a outra arma ao caçador...
Quando no chão o rapaz já se estirava,
o cano lhe apontou, para o matar!...

“Reza, amigo, porque vais morrer!...”
“Não quero reza, só três gritos dar!...”
“Podes dar até cem, podes berrar!...”
disse o malvado, com uma gargalhada.
Mas os cachorros não o vieram socorrer,
pois com a cera, não podiam escutar...
E o lenhador se ria, sem parar...

“Grita de novo!   Pode ser que venham!...
Eles ficaram cuidando da Maria!...”
Nossa Senhora teve pena de sua sorte
e soltou a cera das orelhas dos cachorros!...
Com a voz de seu dono, eles se assanham
e mais depressa do que o malvado cria
e chegaram e o morderam até a morte!...

João enterrou o bandido lá no mato
e muito triste voltou para a casinha...
Disse a Maria: “Irmã, tu me atraiçoaste!
Teu namorado já foi morto pelos cães
porque queria me matar de fato!
Portanto, ficarás aqui sozinha,
vou correr mundo, pois muito me magoaste!”

JOÃO E MARIA XI

Chorou Maria e lhe pediu perdão,
mas ele foi no mesmo dia embora,
os três cachorros troteando do seu lado.
João caminhou até chegar em Astúrias
e viu uma coisa de cortar o coração:
uma donzela belíssima, nessa hora,
junto a um rochedo, seu pescoço acorrentado!

João indagou por que ela estava assim
e ela disse: “Sou a Princesa Rosaflor,
esperando a chegada do dragão,
que tem sete cabeças e vem me devorar...”
“Mas quem te destinou tão triste fim...?”
“Meu próprio pai, para escapar do horror,
antes que o monstro destrua esta nação!...”

“Ele exige uma virgem por semana
e quase todas no reino já acabaram...
Meu pai prometeu me dar em casamento
a quem quer que esse monstro destruísse...
Mas ele mata qualquer um que a tal se afana
e os seus nobres assim o aconselharam,
ser esta a única solução neste momento...”

João declarou que o monstro atacaria,
mas a princesa quis que fosse embora,
caso contrário, o dragão o mataria!...
João se deitou então aos pés da moça,
Sabendo bem que logo a fera surgiria,
mas que a iria enfrentar, chegada a hora,
para o combate assim descansaria!...

JOÃO E MARIA XII

Mas estando bem cansado, adormeceu;
viu ela ao longe o vulto do dragão
e começou a chorar, em desespero!
Caiu uma lágrima no rosto do rapaz,
que se acordou e ao monstro acometeu,
antes que a ele atacasse em sopetão!
Mas sua espingarda nada faz no bicho feio!

Cada vez que uma cabeça ele acertava,
ela crescia, de novo, do pescoço!
Sempre mantinha assim sete cabeças
que sete línguas de fogo chamuscavam!...
Rosaflor, apavorada, só gritava:
“Não adianta, vá embora, lindo moço!
Não é possível vencer uma fera dessas!...”

Porém João atiçou Turco no dragão
e se seguiu uma luta pavorosa!...
Quando seu cão não se aguentava mais,
João atiçou contra ele outro cachorro!
E a luta prosseguiu, até que Leão
já se esfalfava nessa luta airosa!..
E foi Facão para embates mais finais!

Já estava o monstro todo malferido,
sangrando pelo corpo e no pescoço
e assim, quando João deu mais um tiro,
a cabeça morreu, sem crescer mais!
Os três cães atacaram juntos o bandido
e foi dando mais seis tiros o bom moço,
até o dragão soltar o último suspiro!...

JOÃO E MARIA XIII

Como as cabeças haviam rebentado,
João cortou as sete línguas, bem depressa
e foi seguindo com a princesa até o castelo...
Naturalmente, os dois foram a pé,
depois que as correntes ele tinha arrancado.
Os dois se apaixonaram e não cessa
um tal namoro que dava gosto em vê-lo!...

Mas na metade do caminho, bem cansados,
os dois dormiram à margem de um riacho
e os três cachorros adormeceram, afinal.
Enquanto isso, apareceu um mouro velho,
que viu a corrente e os dragões despedaçados
e logo concebeu um golpe baixo:
cortou as cabeças e as guardou no seu bornal!

Seguindo a trilha, encontrou todos dormindo;
parou o cavalo e a princesa levantou,
após amarrar-lhe um lenço sobre a boca.
Até pensou que poderia matar João,
mas um cachorro estremeceu... e foi saindo;
com uma adaga a Rosaflor ameaçou
e a carregou, assustada como louca!...

Quando chegou ao castelo, declarou
que era ele o matador do tal dragão;
como prova suas cabeças lhes mostrou,
exigindo então casar-se com a princesa.
Ela disse ser mentira e até chorou,
mas todos acreditaram no embrulhão
e o casamento logo se marcou!...

JOÃO E MARIA XIV

Quando João se acordou, já era tarde
e só então deu falta da princesa;
reuniu os cachorros e foi correndo atrás...
Porém o mouro a cavalo galopara...
Com o casamento marcado com o covarde,
Rosaflor desfalecia de tristeza:
pensavam ser o noivo feio que mal traz...

E quando João se apresentou ante o castelo,
riram os guardas, sem deixá-lo entrar,
achando fosse sua história uma invenção.
Mas no momento do grande banquete,
Mandou Turco invadir o salão belo,
para a comida do mouro arrebatar!
Todos ficaram na maior agitação!...

O rei mandou que o servissem outra vez,
mas feito chispa, apareceu Leão,
que carregou com o prato do bandido,
sem que ninguém impedi-lo conseguisse!
Um grande espanto no salão se fez
e a princesa repetiu a sua versão,
mas mesmo assim, o rei ficou ofendido.

“Você mente, porque não quer casar!
É muito ingrata para com seu salvador!”
E mandou servirem o mouro novamente,
Mas nesse instante, irrompeu Facão
e até o rei começou a duvidar,
mandou seguir o cão, com grande ardor,
e a princesa bateu palmas de contente!

JOÃO E MARIA XV

Os guardas retornaram com o rapaz,
pelos seus três cachorros escoltado
e a princesa jogou-se nos seus braços!
O mouro ainda se atreveu a protestar,
porem o herói verdadeiro as línguas traz,
cada corte foi fácil encaixado,
de tiros marcas nas cabeças havia traços...

O rei ficou furioso com o mouro
e o mandou atar a um burro brabo
que para longe do castelo o arrastou,
batendo em paus e pedras no caminho.
E assim João obteve real tesouro
e do impostor a vida chegou ao cabo,
seu casamento também logo se anulou!

E foi assim que João casou com Rosaflor
e os três cães foram sempre bem tratados,
vivendo longa vida no castelo;
teve o casal muitos e belos filhos,
criados sempre com o maior amor,
pelos filhotes dos cães acompanhados
e assim termina o nosso conto belo!...

Mas e a Maria?  Ela fora má irmã
e foi morando no mato, bem sozinha,
leite e batatas por alimentação,
ficando velha e com fama de bruxa,
foi-se enrugando, ficou feia que nem rã...
por muitos anos morando na casinha,
arrependida e a implorar perdão!...

EPÍLOGO

Mas certo dia, durante uma caçada,
em sua antiga morada chegou João,
quase sem crer que aquela era Maria!
E então rezou para Nossa Senhora
que lhe perdoasse a feia tratandada...
E atendendo a seu bom coração,
sua madrinha a prece lhe atendia...
E assim ela foi para um convento,
bem tratada até o final da vida,
vivendo em orações, arrependida,
e aos pobres dando o melhor atendimento...



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