UNDA FLUXIT ET SANGUINE I
(Correu água e sangue) -- 22 fev 2023
Discorre a lenda da Lança Sagrada
que quem a brande sempre irá vencer,
porém somente até o ponto de a perder,
para outra mão tal magia a ser levada.
Seria a Hagia Lankhê no Iran forjada,
inicialmente para a Xerxes pertencer,
de fato numerosas vitórias a obter,
até a Hélade ser por suas tropas atacada.
Segundo a lenda, a lança foi perdida
em certa batalha travada com coragem,
às mãos de Agesilau enfim chegada,
que os inimigos levou sempre de vencida,
porém deixou-a para trás em uma viagem
até o Egito, enfim sua morte ali
encontrada.
UNDA
FLUXIT ET SANGUINE II
Pelópidas
de Thebas teria dela se apossado,
a
Guerra do Peloponeso assim vencendo,
mas
a perdeu e acabou também morrendo,
igual
destino para todos sendo achado.
Às
mãos de Alexandre o prêmio foi passado,
sempre
vitorioso enquanto combatendo,
mas
por veneno ou doença perecendo
e a
Pirro do Épiro teria então chegado.
Eventualmente
sua haste se quebrou,
nessas
batalhas contra Roma travadas
e
algum legionário dela se apossou.
Com
nova haste a César alguem depois a deu,
ambas
as Gálias por ele conquistadas,
mas
que à traição finalmente pereceu.
UNDA
FLUXIT ET SANGUINE III
Teria
a herdado enfim aquele centurião,
chamado
Marcellus Longinus, o qual presidiu
a
crucifixão de Jesus e a contragosto a impeliu
contra
Seu lado, sem saber bem a razão.
Água
e Sangue teriam jorrado na ocasião,
quando
Dele sequer um osso se partiu
e o
corpo inteiro José de Arimatéia conduziu
ao
próprio túmulo que fora escavado de antemão.
Surgiu
dali a religiosa convicção
de
que esse golpe cravado no Seu Lado
à
velha lança teria enfim santificado.
Carlos
Magno a teria recebido em ocasião,
seu
Reino Franco imenso conquistado,
até
sua morte a conservá-la em possessão.
UNDA
FLUXIT ET SANGUINE IV
Teria
depois tido um destino incerto,
até
William, o Conquistador a ter usado
e a
maior parte da Grã-Bretanha conquistado;
mas
de todos nós morte será destino certo.
O
seu destino ficou então em aberto,
até
por Napoleão ter sido dominado,
em
algum ponto da Alemanha a ser deixado
ou
em Waterloo ou em qualquer ponto deserto.
Até
que a Hitler alguém a entregou,
com
a qual a Europa inteira conquistou
e
enfim para a Antártida a teria enviado,
com
cinco mil casais arianos, que deveriam iniciar
o
Quarto Reich, o seu poder a empregar,
seu ideal
que até hoje não tendo sido realizado!...
A LANÇA DO DESTINO I – 23 FEV 23
Muitos lugares já se afirmaram
conservar
a Santa Lança ou o Lança do Destino.
A Basílica de São Pedro em duplo
tino,
desde o século Sexto sua posse iria
afirmar.
Ou os Templários a teriam ido buscar,
na Basílica do Monte Zion ou em gesto
fino
Mehmet de Istambul a enviou por
peregino,
para a boa vontade do então papa
preservar.
No Monte Zion afirmou Cassiodoro
poder vê-la,
depois levada para Hagia Sophia ou
Santa Sofia,
onde o sultão conquistador pôde
obtê-la,
embora outra tradição fale da França:
Louis XI na Sainte Chapelle a
entronizaria,
para a seu reino prodigalizar
bonança.
A
LANÇA DO DESTINO II
Também
na Armênia afirmava-se encontrar,
em
um mosteiro chamado Echmiadzin,
nome
mudado para Vabharshapat assim,
Stalin
para Tiflis mandando-a transportar.
Porém
da França para Nürnberg a foram levar,
dali
para Viena sendo levada enfim;
Hitler
ordenou buscá-la para o fim
de
vitorioso em suas guerras se tornar.
No
Kunsthistorisches Museum de Viena
ainda
é mostrada a lâmina sagrada,
mas
exames científicos nela a se realizar,
afirmam
não ser anterior ao século VII sua cena.
Pode
uma dessas réplicas enfim ser adotada,
ou
para a Antártida um submarino a foi levar?
A
LANÇA DO DESTINO III
O
Evangelho de São João menciona só o soldado
que
cravou a lança no corpo de Jesus,
estando
este ainda pregado na sua cruz,
porém
seu nome não se encontra registrado.
Só
pela tradição e por um Apócrifo revelado,
Marcellus
Longinus por tradição reluz,
como São Longuinho sua santidade se produz,
mas
nem se sabe se em cristão foi transformado.
À
Hora Nona (Três da Tarde) imensa tempestade
teria
em noite transformado o dia,
quando
Longinus em alta voz proclamaria:
“Este era um Filho de Deus na realidade!”
E
um relâmpago então a lança acenderia,
o
original Fogo de Santelmo criando na verdade!
A
LANÇA DO DESTINO IV
Porém
é estranho que fosse um centurião
a
comandar essa guarda do Calvário,
talvez
castigo por qualquer ato nefário,
ou
quem sabe? fosse somente um decurião.
Quatro
legionários menciona a tradição,
que
o manto de Cristo disputaram ao erário
de
um jogo de dados, para destino vário...
Qual
seria afinal sua graduação?
Crucificados
morriam de sufocação:
o
corpo pendia, oprimindo seu pulmão,
contra
o escabelo então seus pés firmavam.
Quebradas
as pernas por pura compaixão
ou
porque da espera os soldados se cansavam.
Por
que em Jesus foi diversa essa atuação?
CONTROVÉRSIA I – 24 FEV 2023
Por mais que tanto hoje se fale de machismo,
a maioria dos homens é perfeitamente dispensável,
o sacrifício de mulheres sempre mais condenável,
numa atitude de racional protecionismo.
Os exércitos formados em tal racionalismo
só por homens, por serem perda reparável,
não ocorrendo assim real perda apreciável,
mulheres férteis os substituiriam em realismo.
Mesmo hoje em que o exército e a marinha
mulheres adicionam em seu contingente,
raramente as colocam em arriscadas posições,
reconhecendo que mais valor mantinha
qualquer mulher em menstruação potente
para das mortes garantir as reposições.
CONTROVÉRSIA II
Deviam as mulheres tomar conta só do lar
e presidir à educação de suas crianças,
enquanto os homens enfrentariam as andanças,
com seu trabalho suas famílias sustentar.
Em Esparta sistema diverso a praticar,
só até os sete anos sob as governanças
femininas e a seguir perante as lanças
de um estrito preparo militar.
Mas não havia realmente a sujeição:
quando Pirro tentou Esparta conquistar,
estando os homens ausentes numa guerra,
tomaram as esposas da defesa a direção
e conseguiram aos Epirotas enfrentar,
a defesa assegurando de sua terra.
CONTROVÉRSIA III
Os homens, em geral, morriam cedo
e as mulheres que de parto não
morressem
dariam à luz homens que os
sucedessem,
da sobrevivência da cidade o seu
segredo.
Mas em períodos de paz o arcano medo
de que inteiros povos se extinguíssem
perdeu a razão de ser e se perdessem
tais preconceitos, a se lançar para
o degredo.
E se alguns homens são ainda
violentos,
é porque sabem, mesmo
inconscientemente,
que continuam sendo dispensáveis,
do sexo frágil a ser os veros elementos,
ainda nutrindo em si temor latente
de serem fracos ao demostrarem-se
amoráveis.