domingo, 26 de dezembro de 2010

Raízes da Chuva I


existe um porto que seduz as almas
a andar famintas pela escuridão;
o nome desse porto é coração:
fica em meu peito nestas tardes calmas.

eu as recebo todas, uma a uma
e escuto seus queixumes como um pai;
depois redijo tudo o que me vai
na própria alma, no canto que ressuma

depois de receber mil confissões
de tantas almas que escuto e que apadrinho,
pois são suas vozes que em meu canto saem.

por isso, não estranhes as canções
a digladiar-se, em ato bem mesquinho,
das confidências que em meu porto caem.

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