segunda-feira, 24 de janeiro de 2022


 

 

PERSEU E AS GÓRGONAS VII – 24 nov 21

 

Então o rei para o palácio a convidou

e que com ela trouxesse o seu menino.

“Você é bela demais,” a elogiou,

“para esconder-se neste mau destino...”

Era uma ordem, entendeu, e a aceitou,

sem desconfiar de algum ardil mais fino.

Pois era virgem, afinal, ainda inocente

e contrariar não se atrevia a seu regente.

 

Mas a presença de Perseu atrapalhava

de Polidectes qualquer má intenção;

no treinamento de combate o conservava

ou lhe confiava qualquer uma missão

ou ainda em sentinela o destacava...

Porém sua esposa nem a mínima ocasião

lhe permitia para sozinho se encontrar

com a tal donzela que o rei sabia desejar.

 

O rei de Sírifos então pretendeu

celebrar seus vinte anos de reinado;

cada conviva então lhe ofereceu

o melhor presente que havia achado;

mas quando o jovem Perseu apareceu,

nada lhe trouxe, por ser de tudo despojado...

Polidectes então o interrogou:

“Qual o presente que hoje me ofertou?”

 

“Majestade, bem sabeis que nada tenho,

salvo a coragem e a força de meus braços;

fui convidado, razão por que aqui venho,

mas estou pronto a dirigir meus passos

para onde me ordenar, com todo o empenho,

enquanto energia tiver nos membros lassos...”

“Pois então me traga a cabeça de Medusa!”

disse Polidectes, já esperando uma recusa...

 

Qualquer recusa de Perseu o envergonharia

e serviria de motivo para o exilar;

em sua ausência, a Dânae seduziria...

Casado ou não, a poderia namorar...

Porém Perseu pediu-lhe um ano e um dia,

antes de tal cabeça lhe entregar...

Mesmo Perseu não tendo ainda quinze anos,

mais forte e alto que a maioria dos humanos.

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