CLEPTOCINISMO I – 23/4/2022
Exigiam de nós, dantes, respeito
pelos mais velhos, porém não por nós;
hoje inverteu-se a torcida dos cipós,
são os bandidos que têm todo o direito.
O grande monstro ECA, insatisfeito, (*)
contra os adultos se faz severo algoz;
simples palmada virou castigo atroz,
até gritar com as crianças já é defeito!
(*) Estatuto da Criança e do Adolescente
E fazem leis de cunho eleitoreiro,
a proteger contra a discriminação,
criando crimes onde antes não os havia,
quando a cor de tua pele
vem primeiro
e só depois a tua educação,
tudo ao contrário do que antes se dizia.
CLEPTOCINISMO II
Sempre é uma forma de criar-se mais empregos,
todos pagos com imposto arrecadado;
criar-se um papagaio hoje é pecado,
mas com dinheiro ficam os fiscais cegos.
E quando alguém defende a própria vida,
usando arma que não seja registrada,
logo ao ladrão vem defender advogada,
fiança paga, sua saída é concedida,
Enquanto a vítima que só se defendeu
ficará presa por delito inafiançável
e sua arma será apreendida, é claro!
Logo depois dirão que a prova “se perdeu”
e vai seguir o caminho mais provável,
dada ao assaltante para aguçar-lhe o faro!
CLEPTOCINISMO III
Por isso, grades hoje têm as residências,
enquanto os meliantes passeiam pelas ruas;
não que as grades resistam às suas puas,
quando assaltam, na maior das impudências!
E até em condomínios, suas excelências
vão fazer arrastões com suas gazuas,
estacionam caminhões e deixam nuas
das casas, uma a uma, as dependências.
Depois exigem seus direitos humanos,
tem habeas corpus, suas penas reduzidas,
nos raros casos em que há condenação,
Enquanto aqueles de quem tiraram vidas
permanecem estendidos muitos anos
nas catacumbas, cada qual em seu caixão.
CLEPTOCINISMO IV – 24/4/2022
E existir poderá uma distorção maior
do que nas leis contra a discriminação?
Quando uma ofensa tiver comprovação
é um crime sem fiança, bem pior
que matar o mesmo afrodescendente,
quando se aguarda julgamento em liberdade...
Pode haver lei mais torta, na verdade?
A um desaforo se respondia, antigamente,
Por uma frase mais ou menos contundente?
“Negro é o teu passado, branco sujo!”
E nem iria mais adiante a dissensão.
Melhor matar-se então a escura gente
do que ofender-se a esse dito cujo,
para passar-se menos tempo na prisão!
CLEPTOCINISMO V
Pois afinal, que minoria é essa?
Mais da metade da população
se declarou “não-branca” na ocasião
do último censo em que cor se peça!
Assim essa tal lei de tanta pressa
requer bem diversa interpretação.
Devem haver quotas a favor de um alemão,
de um japonês, de italianos, caso meça
as verdadeiras minorias no país:
requerer vagas para os poloneses,
os indonésios, bolivianos, portugueses,
os espanhóis a requerer o seu matiz,
pois se os negros são maioria, com certeza,
devem apoiar sírio-libaneses com nobreza!
CLEPTOCINISMO VI
E que dizer-se do homossexualismo?
Sou totalmente contra discriminação,
mas que haja propaganda, na ocasião
em que a criança recebe esse modismo
como sendo um aceitável catecismo,
nos livros escolares da nação?
São os impostos a custear a redação
desses opúsculos do maior cinismo!
Melhor então, proibir-se o casamento;
proibir às mulheres relações
senão com suas amigas e em provetas
criar nenês em novel empreendimento
financiado por mais tributações
sempre esperando que sejam mais discretas!
CLEPTOCINISMO VII – 25/4/2022
Chegará o ponto em que ser heterossexual
crime se torne mesmo no código penal;
se o fecundar ocorre em ambiente provetal,
então que o sexo hétero seja abolido por inteiro!
Assim se escolha o sexo primeiro
e em um Prato de Petri, bem corriqueiro,
que se recorte todo o deeneá ligeiro,
formando homem, mulher ou bissexual.
Pois nem ao menos se trata de ficção,
já é prática corrente se escolher,
mesmo ilegal, o sexo prevalente.
Bissexualismo, naturalmente, ainda ilusão,
mas as minhocas já mostram duplo ser,
hermafroditismo até bastante conveniente!
CLEPTOCINISMO VIII
Será mais fácil do que ensinar na escola
ser livre a escolha da própria orientação,
sem deixar à biologia a decisão,
antes que o aluno tenha ciência do que rola!
Pois que se ensine a potencialidade tola,
mas sem pressionar, com forte persuasão,
que se deva experimentar a dual noção,
contrária à vida em reprodutiva argola.
Que se respeite a escolha individual,
mas não que a criança seja convidada
a aceitar qualquer orientação alheia.
Há dignidade no mundo homossexual,
mas sem que a conversão seja ensinada,
em desafio do que a natureza hasteia!
CLEPTOCINISMO IX
A cor da pele é um critério sem sentido,
todos dispomos da mesma melanina,
forte em alguns e em outros pequenina:
branco é o papel que temos conhecido,
negro é o carvão que temos consumido,
raça por cor é preconceito que se ensina,
mas quem recomenda ao garoto ou à menina
que ser branco ou preto poderá ser escolhido?
Porque uma coisa é escolha e outra a natureza;
e enfim, que de novo se faça respeitar
tanto os mais velhos como a autoridade,
que essa ênfase no infantil, tenho certeza,
só poderá ao adolescente revoltar,
ao descobrir que terá fim sua mocidade.