quarta-feira, 30 de novembro de 2022


 

 

HÉRCULES E DEJANIRA I – 2 ABR 2022

(Hércules em combate com o Rio Aquelôo)

 

Após passar quatro anos em Feneus,

decidiu Hércules deixar o Peloponeso

e acompanhado por uma tropa de Acadianos,

até a Etólia foi o mar atravessar,

onde se estabeleceu com os soldados seus,

sem ser contestado e ali ficando ileso;

e como era viúvo, seus muitos herdeiros

ilegítimos sendo, decidiu de novo se casar.

 

Dejanira assim se pôs a cortejar,

supostamente sendo a filha de Oeneus,

porque a seu irmão Meleagros prometera

e cumprir dita promessa à sua sombra pretendeu;

mas Aletheia, sua mãe, fora de fato fecundada

pelo deus Dionysos, num dos caprichos seus,

sem que Oeneus nada disso conhecera,

mas Meleagros em desfavor de Ártemis morreu.

A deusa transformara as suas irmãs,

por lamentarem sua morte extremamente,

em porquinhos da Índia, ou Cobaias;

porém Dionysos com Ártemis intercedeu,

para Dejanira liberar de tais afãs

e que humana ela ficasse permanente;

a intercessão chegou da desconfiança às raias

e assim Dionysos por seu pai se conhecceu.

Ora, Dejania era extremamente bela,

muitos pretendentes vinham então solicitar,

em seu palácio de Pleuron pela sua mão;

além de linda, era também guerreira ,

a biga dirigia ou ia montada em sela,

frequentemente em escaramuça a se mostrar;

mas a maioria desistiu da pretensão,

ao encontrarem competição tão altaneira.

Pois não só Hércules, mas Aquelôos, deus de um rio,

a pretendia tomar para sua esposa;

por ser um rio, era Aquelôos imortal

e como um rio, sua própria forma transmutava,

rosto de homem no corpo de touro em cio,

como serpente de força portentosa,

ou como um touro em corpo de homem afinal,

mas de sua barba a água do rio sempre manava...

 

HÉRCULES E DEJANIRA II – 3 abr 2022

Tendo de fato uma aparência apavorante,

preferia Dejanira morrer que o desposar;

era então crença frequente entre os antigos

que rios com humanas poderiam se unir,

e mesmo raro com aparência semelhante

à de um homem comum, as podiam engravidar,

os filhos sendo só humanos, sem perigos,

mas poderes de seus pais poderiam adquirir.

Oeneos chamou Hércules a seu salão,

que lhe explicasse que tipo de vantagem

lhe daria seu casamento com a princesa.

Mencionou ser um filho natural de Zeus,

o rei dos deuses, que nessa condição

seria o sogro da jovem e lembrou a coragem

que demonstrara ao realizar cada proeza,

que assim qualificava quaisquer pedidos seus.

Aquelôos foi a seguir interrogado,

com corpo humano, mas em face de touro,

que se gabou de ser bem conhecido

como o pai de todos os rios daquela terra

e não um estranho à Etólia só aportado;

que até o Oráculo de Dodona, sem desdouro,

determinara que qualquer homem ali nascido,

tributo lhe devia do que seu país encerra.

Desse modo Dejanira, pertencendo a tal país,

dever-lhe-ia ser entregue por tributo!

Bem evidente a exagerar em prepotência;

mas a seguir quis de Hércules zombar:

“Sua alegação tem os propósitos mais vís,

ou você não é filho de Zeus, salvo-conduto

que apresenta com prova de sua essência,

ou sua mãe foi com o deus adulterar!...”

Naturalmente, o herói ficou ofendido:

“Na luta sou melhor que em discutir

e não ficarei aqui parado a escutar

que minha mãe por você seja insultada!”

Já Aquilôos, em um gesto desabrido,

de sua vestimenta verde se foi desvestir,

prontamente indo a Hércules atacar,

fácil bastante julgando essa empreitada!

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