sábado, 5 de agosto de 2023


 

 

NASREDDIN E O OGRO III – 9 JUL 2022

 

E Samuddin grande árvore escolheu,

mas quando deu a primeira machadada,

logo o ogro surgiu de sua morada:

“Seu atrevido, como ousa vir cortar

as minhas árvores?  Com a vida vais pagar!”

O rapaz para longe em vão correu!...

Foi acabar por igual no caldeirão,

suas roupas usadas para acender o fogo.

O ogro a Samuddin devorou logo

e em sua cama de capim foi se deitar...

Em dois minutos já se punha a ressonar:

nada sobrando desse segundo irmão!...

No outro dia, tampouco ele voltou,

o pai e a mãe com ele até zangados,

fingindo não estar preocupados...

O terceiro irmão, que era Nasreddin,

disse ao pai: “Acho que sobrou pra mim,

porém nenhum machado nos restou!”

“Vais ficar em casa, tu és moço demais,

segue ajudando a tua mãe na horta dela!”

“Mas  e a dívida, como pagaremos ela?”

“Deus proverá.  Não há o que fazer,

Mesmo eu pudesse ainda hoje me erguer,

como lenhar, se nem machado tenho mais?

“Senhor meu pai, sempre posso recolher

madeira seca na falda da montanha,

talvez consiga quantidade tamanha

que possamos entregar ao merceeiro...”

Não bastará para se obter dinheiro,

mas sempre se pode algo da dívida abater!”

 

NASREDDIN E O OGRO IV – 10 JUL 2022

 

“Além disso, talvez eu possa descobrir

desses meus dois irmãos o paradeiro;

mesmo que tenham partido bem ligeiro,

algum rastro teriam deixado no caminho,

que sempre possa indagar de algum vizinho

e seu rastro dar um jeito de seguir...”

“Não, meu filho, logo hei de melhorar

e você pode me ajudar com o carrinho,

não quero que vá até o monte sozinho.

Os dois juntos poderemos recolher

toda a lenha seca que nos aparecer...

Nem acredito que teus irmãos queiram voltar.”

“Depois, quem sabe, sempre é possível encontrar

meus dois machados.  Garanto que os largaram

no momento em que nos abandonaram...”

Falou a mãe: “Não fale assim, querido,

algum mal lhes poderá ter ocorrido...”

“Mais uma razão para que os vá procurar!”

Passou-se uma semana, sem sinal.

O lenhador ainda não podia caminhar,

Nasreddin sentia-se preso no lugar.

Alguma coisa eu poderia fazer,

por certo eu não irei desaparecer,

talvez os possa salvar de qualquer mal!

Quando dez dias já se haviam passado,

Nasreddin insistiu por permissão

e como se agravasse a situação,

o lenhador doente finalmente consentiu,

mas quando à mãe algum farnel pediu,

só um queijo mole na despensa foi achado!

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