sexta-feira, 9 de julho de 2021


 

A CASA DO SOL

Capítulo Seis – 6 jul 21

 

“Que coisa estranha, tivemos o mesmo sonho,

deve, portanto, ter um cunho de verdade!...”

E assim marcharam até a capital

desse pequeno reino de seu pai,

tão galhardos com seu ar sempre risonho,

que a atenção logo chamaram na cidade

e ao Rei Murphy II anunciaram, afinal,

e do castelo, o bom rei curioso sai.

 

Ora, o plano de sua ama interesseira,

no fim das contas, resultara em nada,

porque sua filha, com seu namorado

se casara afinal, secretamente;

mas o rei, em sua tristeza, não se abeira

de qualquer outra mulher apresentada,

acreditando ser ele o amaldiçoado

e esses dois cães acreditava, realmente,

 

serem seus filhos e os criava com carinho.

Ao encontrar os dois irmãos, tão bem vestidos,

seu coração para eles se voltou,

sem entender porquê: para jantar os convidou.

“Quais os seus nomes?” Respondeu um rapazinho,

“Meu nome é Monday.” Sobrenomes esquecidos,

“Meu nome é Tuesday,” o outro lhe falou.

Surpreso o rei, novamente os convocou. (*)

(*) Segunda- e Terça-feira.

 

Porém a velha ama feiticeira

sentiu um baque no seu coração:

teve certeza de serem, realmente,

os dois filhos do rei, que ela pensara

ter afogado, em sua traição primeira.

Sua filha não lhe melhorara a condição,

porém se descobrisse sua maldade ardente,

por certo o rei ferozmente a castigara!

 

Assim, foi procurar os dois rapazes,

que vinham ao castelo caminhando

e depressa lhe falou: “Como sois belos!

Mas seríeis dez vezes mais bonitos,

se vos banhásseis nas águas fugazes

da Casa do Sol, ali deixando

qualquer defeito, da cabeça aos tornozelos!”

E os dois irmãos acreditaram nos seus ditos.

 

E ao invés de seguirem ao castelo,

foram em busca da tal Casa do Sol,

que ficava junto ao mar, muito distante,

até encontrarem uma pequena gruta:

“Decerto é aqui!” Mas com o maior zelo,

viram um velho manipulando um rol

de pergaminhos de aspecto importante,

com longa barba e fisionomia impoluta.

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