sábado, 31 de dezembro de 2022


 

 

A APOTEOSE DE HÉRCULES III – 6 junho 2022

(Lykas ou Licas, filho de Hércules)


Então teria de voltar e obedecer

ao Oráculo do Carvalho de Dodona

e passar em paz e na tranquilidade

o restante de sua vida ao lado dela,

que duas pombas do céu vira descer

com a profecia que em justiça toma

do sacerdote-rei dessa cidade,

que morava em carvalho e por janela

aberta ao tronco, bem perto da raiz,

ofertas recebia que alguém trazer-lhe quis.

Esse de fato era um oráculo muito antigo,

anterior mesmo de Delphos ao santuário,

forçosamente deveria ser obedecido,

pois a própria Deusa-Mãe o inspirava;

várias cidades disputaram dar-lhe abrigo;

mas a Ecólia desse cerco sanguinário

ficava em Messênia, já que era sabido

que o pai de Eurytos por Melanos se chamava

e ainda fora um dos reis dos Dryopianos,

antecessor de Theiodamas muitos anos.

Como Melanos fosse um grande arqueiro,

como “Filho de Apollo” foi apelidado

e um dia ao rei de Messênia se apresentara.

Era o reinado de Perieres, filho de Eolo,

ou “Filho do Vento”, na qualidade de guerreiro

e ao rei seu povo havia demonstrado,

oferecendo aliança, que Perieres aceitara

e para construir Ecália lhe cedera o solo;

 Melanos pelo nome da esposa então chamara

e com sua gente tal região colonizara.

Mas o cadáver de Eurytos foi cremado,

em urna de bronze seus ossos mantidos,

anualmente sacrifícios a ele celebrados,

de um bosque de ciprestes no santuário

para os Mistérios de Deméter elevados,

da Grande Deusa os ritos esquecidos;

pelos Helenos muitos nomes já trocados,

Pausânias afirmou que tal sacrário,

ficava a quilômetro e meio da cidade,

chamada então Andânia, sendo Ecólia na verdade.

 

A APOTEOSE DE HÉRCULES IV – 7 junho 2022

Antoninus Liberalis igual afirmara

que Eurytos era invocado por Messenianos,

como um dos heróis de seu passado;

já em tempos históricos posteriores,

quando o Tebano Epaminondas restaurara

em Messênia os ritos Micenianos,

embora Micenas tivesse o vulcão enterrado,

pouco lembrados seus antigos esplendores.

Ecália significa “Casa da Farinha”,

em que os pães sagrados de Deméter se mantinha.

Conforme vimos em uma das séries anteriores,

embora Hércules vencesse a competição,

Eurytos conceder-lhe a mão de Iole recusou,

alegando que Hércules era um escravo,

aludindo aos Doze Trabalhos anteriores,

em que obedecra a Euristeu em punição

pela morte de seus filhos, que causou

num ataque de loucura, em puro agravo

provocado por Hera, que assim o submeteu

à malevolente autoridade de Euristeu.

De Iole o frustrado suicídio

parece ter sido por mosaico sugerido

encontrado em Micenas, mas é uma deusa

que está pairando sobre sua cidade;

quereria assim punir-se pelo homicídio

de sua família, como foi reconhecido

nos afrescos de Cnossos com certeza,

que as damas usavam, com naturalidade,

saias bem largas, que poderiam flutuar,

grande contraste por seus seios ostentar.

Após ter erigido de mármore um altar

e um bosque plantar para seu pai Zeus,

Hércules preparou um grande sacrifício,

em Ação de Graças por ter capturado

a cidade de Ecália, indo Likas enviar

até a Trácia buscando trajes seus

que os envergasse na liturgia do ofício,

túnica de linho e manto então solicitado

à sua esposa Dejanira, a quem já enviara

Iole como serva, depois que a escravizara.

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