terça-feira, 20 de outubro de 2020

 



RECARGA

 

Crucificado em   ti,

 meu corpo inteiro,

qual a lança de luz

do centurião, / um

halo nos  envolve

 e   o   g a l a r d ã o

difunde  ao   mundo  o  brado   derradeiro.

Teus  dentes  que  me   beijam,   diadema;

e   a   coroa   de   espinhos   são   cabelos

que me recebem na concha dos desvelos,

me  matam e reno-

vam,  qual  dilema,

de que esta carne,

por   m o r t a    em

meu   o r g a s m o

intangível     ficara

neste   pasmo, que

 a  alma   me  enche 

de  emoção  antiga.

Pois  cada  vez  que

 a carne me esfalece,

é  como  se  esplendor  então  pudesse

encher-me  a mente de  imortal  cantiga.

 

(Apesar do formato, é um soneto.)

 


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