domingo, 15 de agosto de 2021


 

ELIAS E AHAB

CAPÍTULO TRÊS – 4 AGO 21

 

Seu organismo sofreu forte reação,

Depois de todo o esforço dispendido

E à sombra de um zimbro se assentou,

Tomado inteiramente de desânimo

E a Jehovah em férvida oração,

Pediu a morte, porque havia fugido:

“Não sou melhor que meus pais”, ele falou,

“De mim retira o restante de meu ânimo!”

 

À sombra da árvore ele então adormeceu,

Mas no outro dia sentiu alguém que o tocava

E lhe dizia: “Levanta-te e come.”

Pois enxergou perto de sua cabeceira

Um pão cozido, que rápido comeu

E mais um odre de água o esperava;

Saciada a sede e aliviada a fome,

De novo se deitou em pasmaceira.

 

E novamente o tocou o anjo do Senhor,

Ou pelo menos, como tal o interpretou,

A lhe trazer mais uma vez a água e o pão:

“Ergue-te e come, porque teu caminho

Será bem longo em teu andar de viajor.”

Assim Elias outra vez se alimentou

E com a força daquela refeição

Foi enfrentando cada pedra e cada espinho.

 

Um dia chegou a Horeb, o monte santo,

Entrou em caverna e ali passou a noite,

Porém lhe veio a palavra do Senhor:

“O que fazes aqui, meu servo Elias?”

“Senhor, mantive-me à sombra de teu manto,

Perseverando contra o rei e seu açoite;

Mataram todos os teus profetas com fervor,

Só eu fiquei porque minha vida protegias...”

 

“De todos os teus profetas, apenas resto eu

E também agora buscam tirar-me a vida.”

E ali escutou a voz de Deus no coração:

“Sai da caverna e galga todo o monte.”

“Senhor Deus dos Exércitos, eu sou teu!”

Subiu a colina ingrememente erguida

E eis que soprou uma grande viração,

Elias ergueu a Jehovah sua fronte.

 

Eis que passou um grande e forte vento,

Despedaçando diante dele as penhas,

Mas o Senhor no vento não se achava;

E após bramiu um terremoto intenso,

Mas o Senhor ali não estava; e um violento

Fogaréu que consumiu todas as brenhas

E mesmo ali o Senhor Deus não se encontrava;

Seguiu-se um tempo de calmaria denso...

 

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