quinta-feira, 21 de outubro de 2021


 

 

O CAVALO TAMBOR

Baseado em conto de Rudyard Kipling, traduzido

do inglês, adaptação e formato poético de William Lagos

 

Cap. Primeiro – 28 set 2021

Os regimentos britânicos de cavalaria

com banda própria costumavam desfilar,

cada músico seu instrumento a transportar:

clarim, requintas ou flautas levaria,

 

além do equipamento de costume,

porque montados deveriam executar

suas marchas militares sem apear,

para da tropa acompanhar da marcha o cume;

os cavalos em idèntico andamento,

sem instrumentos para trás deixar

nem no momento de um combate se travar,

a transportar também seu armamento!

 

Mas era difícil para tambores o espaço

e eram levados por um cavalo, normalmente,

chamado Cavalo Tambor, naturalmente,

por um cabresto acompanhando o passo.

No regimento que fora denominado

de Hussardos Brancos, havia a tradição

de um animal com permanente descrição

que da tarefa fosse sempre encarregado.

 

Era costume tal cavalo ser malhado

de branco e preto; e quando este morria

ou por velhice marchar não mais podia,

de igual porte animal fosse encontrado.

 

Tinha o Regimento a merecida fama

de jamais fugir à luta ou de recuar:

só de uma vez ocorreu seu dispersar,

não por medo do inimigo ou farta lama;

tudo foi culpa de um novo Coronel,

recém chegado das praias da Inglaterra,

que à impopularidade de saída já se aferra,

ao declarar perante a tropa, em seu quartel

 

que o Regimento não lhe parecia ser garboso,

quando orgulhosos eram os cavalarianos

de derrotado haver, sem grandes danos,

qualquer exército, por mais fosse numeroso

e mencionavam que contra a artilharia

haviam galopado até as peças tomar

ao inimigo e então fazê-lo debandar,

que antes havia massacrado a infantaria!

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