sexta-feira, 22 de outubro de 2021


 

 

O CAVALO TAMBOR

Capítulo Dois – 29 set 2021

 

Porém se este primeiro insulto não bastasse,

implicou logo com o Cavalo Tambor,

que duas tarolas prateadas, com vigor,

transportava, sem que nunca as derrubasse!

 

Nem mesmo quando de cada lado deparasse

com um músico, em geral um corneteiro,

que tomasse duas baquetas bem ligeiro

e os tambores junto à musica tocasse!

Além de forte, era bem disciplinado,

seguindo a marcha qual a banda a adotasse;

nunca se vira que qualquer passo errasse,

deixando assim seu Regimento envergonhado!

 

Tinha o cavalo em questão dezoito anos

e poderia ainda atuar por outros seis;

mil e duzentas rúpias custara por sua vez,

assim comprado dos prados indianos.

Mas o Coronel disse estar velho demais

e logo mandou adquirir novo animal,

um simples baio de postura desigual,

causando à Banda repulsas naturais!...

 

Depois disso, ainda exigiu o Coronel

que das revistas então participasse

a Banda e não apenas que ensaiasse

nos exercícios diários do quartel!...

 

Era costume que a Banda desfilasse

somente em ocasiões muito especiais,

apresentando-se para os generais,

os vice-reis ou realeza que chegasse!

Na verdade, a Banda desse Regimento

era em si mesma uma certa realeza

e o Mestre da Banda, com certeza,

mais importante que o Coronel em seu assento!

 

E mais ainda, o Coronel determinou

que só o Tamborileiro ao Cavalo acompanhasse

e que sobre sua sela se assentasse:

tarola e surdo de cada lado balançou!

E simplesmente, não conseguia se ajeitar:

o cavalo velho até colaborava,

mas vindo o novo, somente o atrapalhava,

sem ao ritmo correto se adequar!

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