segunda-feira, 30 de maio de 2022


 

 

O MATADOR DE DRAGÕES XIV – 8 JAN 2022

 

Assim deixaram Stoisha, que ficasse prisioneiro!

Mas com respeito tratou-o o outro dragão:

“Contra você não mantenho oposição,

minha boa vontade que lhe sirva como deixa!”

“Então me diga o motivo dessa guerra!”

“É o resultado de muito antiga queixa:

os três lançaram maldição sobre minha terra!

E veja bem como o abandonaram bem ligeiro!

São muito falsos esses três irmãos,

tem traiçoeiros e covardes corações!”

 

Sempre os derroto em qualquer batalha

e eles então fogem para sua caverna

e suas tropas abandonam à minha terna

misericórdia.  Eu perdoo os infelizes,

mas a seguir me atacam novamente;

a cada trimestre me aprontam novas crises...”

Mal qual é a maldição de que fala, realmente?”

“Venha comigo e a observará sem falha...

Vê aquela lebre de pedra no ressalto?

Foram meus primos que a puseram lá no alto!

 

“Ela atrapalha todas as caçadas

e minha gente chega a passar fome;

nem mesmo o gado que por aqui se dome

pode ser abatido na ocasião!

Por sorte o trigo é forte e o centeio:

servem de base para toda a refeição,

mas dessa lebre de pedra têm receio...”

“Por que não a abate em suas revoadas?”

“Porque está afixada ali por um feitiço,

nenhum dragão pode cortar-lhe o viço!”

 

“Mas se puder ser derrubada por alguém,

ela se suicidará, se esfolará sozinha,

se cortará em pedaços e numa panelinha

cozinhará a si mesma.  Só assim a maldição

será erguida de sobre a minha terra;

nenhum de meus servos, numerosos como são

se atreve a derrubá-la e então a guerra,

mais uma vez, vai recomeçar também...”

“Senhor Prekawatz,” disse o cavaleiro,

“talvez eu a possa derrubar primeiro...”

 

“Mas como me chamou?” – disse o dragão

“Prekawatz não é então seu nome?”

“Não, esse é um dragão antigo, de renome,

de fato, o meu avô.  Porém me chamo

Mladen, que significa “o jovem”.

Pelo direito da herança eu me proclamo

Rei dos Dragões, mas eles não podem

suportar a minha justa posição!...”

“Eu também sou o mais jovem de minha casa...

Se permitir, nessa partida eu ganho a vasa!”

 

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