domingo, 28 de novembro de 2021


 

 

O DEUS SEDUTOR VIII – 29 out 21 (SIN, A LUA)

 

Ele cumpria o seu dever sagrado:

Das águas as enchentes controlar

E por artérias e canais as distribuir,

Para a relva e os cereais assim nutrir.

Deixou Dilmun para a terra renovar

Ansiando sempre Nimmursaya de seu lado.

 

Mas Enki era volúvel, como as águas

Que se acham em perpétua agitação

E só obedecem à voz de Sin, a Lua,

Essa bandeja de prata, toda nua

Que a cada noite, de sua alta mansão

Observa e tranquiliza tantas mágoas.

 

E em nove dias Ninsar já era mulher

E se tornou uma deusa mui formosa,

Cuidando os prados e a vegetação...

No dia décimo, ao regar a brotação,

Enki avistou-lhe a beleza majestosa

E aproximou-se, igual quem nada quer...

 

E logo a jovem também se enamorou

E se abraçaram felizes sobre a margem.

Enki pensara que fosse, inicialmente,

Nimmursaya retornada, alegremente...

Depois do amor, passada sua voragem,

Que seu rosto era diverso constatou...

 

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