sábado, 11 de setembro de 2021


 

A VINHA  DE NABPTH

CAPÍTULO SETE – 23 AGO 21

 (Ruínas de Ramoth em Gilead (Cisjordânia)


Ahab, o rei de Israel; e Josafá,

Rei de Judá, estavam assentados

Em dois tronos, com seus trajos reais

Em um campo fronteiro a Samaria,

Onde lugar suficiente se achará

Para os quatrocentos sacerdotes convocados,

Que Jezebel constituíra, após os mais,

Que no Monte Carmelo a mão de Elias mataria.

 

E os sacerdotes dançavam e cantavam,

Cuspiam fogo e faziam cambalhotas,

Mágicas simples, cada qual à sua maneira,

A sua vitória firmemente proclamando;

Entre aqueles que mais se destacavam,

Se achava um, mais hábil em lorotas,

Zedequias, filho de Quenaná, sobremaneira

Aos demais falsos profetass superando.

 

E Zedequias tinha uns chifres de ferro,

Metal na época ainda muito escasso, (*)

Que de alguma forma adquiriria,

Após a batalha de Aphek, certamente

Pilhado a algum cadáver e em vasto berro

Profetizava de Baal o forte braço:

“Contra os Sírios estes chifres cravaria

E à vitória te conduzirá potente!”

(*) Ainda era a Idade do Bronze.

 

Assim o clero dos sacerdotes de Baal,

Unanimemente nessa falsa profecia,

Em rude coro gritavam e cantavam:

“Sobe a Ramoth-Gilead, que ali triunfarás,

Porque Baal te livrará de todo o mal,

Da Síria todo o poder derreteria

Dos deuses falsos que os Sírios adoravam:

Teus inimigos facilmente vencerás!”

 

Enquanto havia todo esse alarido,

A Miqueias foi buscar o mensageiro

E o encontrou à entrada da caverna

Em que vivia, como simples ermitão

E lhe falou bem alto a seu ouvido:

“Os profetas proclamaram por inteiro

Desses dois reis a vitória mais superna;

Profetiza o mesmo a nosso rei então!”

 

Porém Miqueias respondeu-lhe simplesmente:

“Deus Jeová não me enviou a Samaria,

Mas se me pedes, não me posso recusar,

Não obstante, não farei a tua vontade,

Que ao Senhor Deus obedeço totalmente

De Quem somente a voz escutaria;

Só o que me inspirar eu irei falar,

Pois só Jeová tem palavras de verdade!”

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