terça-feira, 5 de janeiro de 2021


 MAUREEN O'HARA VINTAGE

 

OS SEGUINTES SÃO ERÓTICOS.  EVITE MOSTRAR PARA CRIANÇAS E SE NÃO QUISERES LER, DELETA!...  abçs, Bill.

 

SACRÁRIO I  (31 JUL 79)

 

Joelhos dobrados, tal qual se repelisse:

Mas não repele, apenas se apresenta

Mais vulnerável e em si mesma tenta

Conter-me todo nesse amor que disse

 

Ser mais completo assim, na mesma entrega

Em que suas pernas, que parecem me afastar,

Fazem o ventre de mim se aproximar,

No mesmo almíscar de paixão tão cega,

 

Para engolir-me a carne por inteiro,

No manso deslizar, que derradeiro

Explode em sangue branco e que se oculta (*)

 

Nesse suor, que empapa o travesseiro

E na testa os cabelos, de um brejeiro

Revolutear, em que o prazer se avulta.

(*) O sangue vermelho se transforma em sêmen branco.

 

SACRÁRIO II  (6 JUL 10)

 

Somente os seios lhe beijei, não mais,

e a língua cor-de-rosa na minha boca,

a compartir da mesma dança louca,

que desejara não findar jamais...

 

Nessa busca candente do demais,

em que o luzir do amor bem claro espoca,

em que essa divindade que se invoca,

não dura mais que o dedo nos dedais...

 

Que seja tal dedal alvo constante,

alvéolo carmesim, em dom carnal,

como sonho permanente do real,

 

enquanto o transitório é delirante,

seu destino enovelando com minha sina,

nesse momento que nunca mais termina.

 

SACRÁRIO III

 

Que tenha assim o toque de sua pele

sob meus dedos, esplendor final

da longa travessia, amor total

em que a mente o coração assim revele.

 

Que tenha assim o cheiro primordial

espalhado em minha carne, que desvele

a intimidade que o amor nosso sele,

a intensidade da alma terrenal...

 

Que tenha em mim o gosto cristalino,

que só se tem em beijo apaixonado,

que nunca se obtém em amor casual,

 

em que o abraço se torna mais divino,

sacrário permanente e consagrado,

em que as peles se fundem no carnal.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário