terça-feira, 26 de janeiro de 2021


 

 

SILICONE I – 19 JUL 2020

 

Nunca entendi esse gosto singular

de Hollywood por seios gigantescos,

“Complexo de Mae West”, bem grotescos,

exagero de proporção bem peculiar.

 

Que eu seja claro: há um gosto milenar

que vem da pré-história: essas dantescas

figurinhas de construções neandertalescas,

que arqueólogos por “Vênus” foram designar.

 

São símbolos de natural fertilidade,

porém trazem as ancas e os quadris

proporcionais a suas mamas senhoris

e obedecem a certa estética verdade,

tosca que sejam, têm a sua nobreza,

em ancestrais simbolismos de beleza.

 

SILICONE II

 

E certamente não critico a obesidade,

consequência de uma vida artificial,

alimentação excessiva consensual,

exercícios a descurar com leviandade.

 

Mas em geral, proporcional tal quantidade,

as grandes mamas de dar vida são sinal,

para as crianças vertem leite em manancial,

mesmo depois sem recobrar normalidade;

 

e além disso, quando com periodicidade

terríveis fomes a Europa consumiam,

eram os magros os primeiros que morriam,

ficando assim a preservar a humanidade

somente os gordos reduzidos à esbelteza,

seu genoma novo padrão para a beleza.

 

SILICONE III

 

E dizer igualmente ainda se pode

que a gordura algumas vezes confundiu-se,

como nos quadros de pintores viu-se,

com a saúde quando se recorde

 

tuberculose em que o corpo se demode

ou na epidemia que há pouco distribui-se

dos aidéticos em que magreza definiu-se,

quando um porte cadavérico os aborde.

 

Não, me refiro é às estranhas criaturas,

de corpo esbelto, com coxas bem estreitas,

imenso peso a carregar sendo sujeitas.

E igualmente a quem tomou drogas impuras

para aumentar seus ubres anormais,

mesmo no gado parecendo artificiais.

 

SILICONE IV

 

E nesses seios vejo certa perversão,

especialmente por hormônios provocados

ou com grandes implantes arrojados,

num desajuste por maior aceitação...

 

Mas o que disse não é mais do que opinião,

essas pessoas não merecem ser julgadas

e muito menos por mim demonizadas:

quem sou eu para ler seu coração!?

 

Apenas sei é que todo o corpo humano

templo é do Espírito Santo, como rezam

as Escrituras, insistindo que o pecado

contra o Santo Espírito não será apagado,

que tal ofensa traz em si um toque insano

dessas mentes que seu corpo assim desprezam.

 

RECEITA ANTIGA I – 20 JUL 2020

 

Um frasco eu encontrei de clorexidina

em prateleira de meu escritório,

ainda bem conservado em seu empório,

infelizmente, não era hidrocloroquina!

Anos atrás guardei ali tal medicina,

talvez vencida, merecendo seu velório,

sua proteção bem diversa do cibório,

para as gengivas proteger teria a sina.

 

Mas foi ficando ali... anos a fio;

não a empreguei com útil preventivo

e nem da outra empregarei principio ativo,

que até o presente conservo todo o brio

e nem conheço nenhum dos falecidos,

já se curaram meus amigos atingidos!

 

RECEITA ANTIGA II

 

Eu continuo no mesmo ramerrão:

a minha vacina comum do ano passado

parece ainda manter-me conservado

ante os avanços destes vírus que aqui estão;

Talvez possa ser mesmo um sem-noção,

mas disso tudo eu permaneço desconfiado;

claro que emprego um essencial cuidado,

mas só acredito realmente na ocasião

 

que venha eu mesmo desenvolver a infecção,

muito embora desconfie que já a tive,

leves sintomas tão só de resfriado,

que de outros vírus já tive a rejeição

e desta forma quiçá deste me esquive,

sem que me dê seu beijo de pecado!

 

RECEITA ANTIGA III

 

Mas realmente será bela ironia

que finalmente eu seja COVIDado

e com vigor então “Pandeminhado”:

se eu morrer disso, quanta gente se riria!

Mas não sou o Presidente, quem diria!

Ninguém por mim será muito influenciado,

não sou sequer insignificante deputado,

pois em política jamais me enfiaria!...

 

Mas vai ser mesmo engraçado se eu morrer

depois de meu total negacionismo!...

Apenas penso que se tanta gente é morta

disso que dizem, foi de outra causa perecer,

de outra doença, mas que o atual modismo

com nenhuma outra causa mortis se conforta!

 

MOSQUITO ALEMÃO I – 21 julho 20

 

Este título, naturalmente, é caprichoso,

ainda que digam que seja bem mais claro

esse mosquito que da dengue traz o faro,

que originou-se de um lugar mais caloroso

que as florestas da Alemanha ou do rochoso

trecho do meu Brasil que foi mais caro

aos imigrantes alemães, ainda que o paro

tenha mudado e se expandido vigoroso!...

 

Eu reconheço a existência do racismo:

existem termos, como “negro de alma branca”

nesse pretenso elogio que tanto manca

nos cipós do pretencioso narcisismo,

superior condescendência tal sofismo,

que aos afrodescendentes mesmo espanca!

 

MOSQUITO ALEMÃO II

 

Logo eu que digo não se dever julgar,

mas aceitar a cada um pelo que é...

“Tudo que é humano me pertence,” até

disse Aretino em epigrama secular;

portanto o dedo a ninguém posso apontar,

que cada um respeite a própria fé

e aos caprichos que em seu peito têm a sé;

e nem condeno a quem os outros condenar.

 

Mas nem sempre fui assim, só aprendi

com o decorrer dos anos a atitude,

que me parece agora ser madura...

Ou então ao mundo eu me submeti,

tanta coisa ao redor vendo de rude,

para as quais simplesmente não sei cura.

 

MOSQUITO ALEMÃO III

 

Mas eu recordo que em minha juventude

havia racismo voltado ao alemão,

alguns dizendo que nazistas todos são,

preconceituosa totalmente esta atitude;

e embora esta tendência hoje demude,

alguns vieses permanecem na nação,

demonizada a direita em profusão,

cláusula pétrea da Constituição bem rude.

 

Pois tanto espaço se abriu ao comunismo,

com violência a reprimir isso que chamam,

por interesses demagógicos, fascismo;

mas o pior é que mesmo o monarquismo

é subversivo dentro das leis que dela emanam,

que ali condenam até o parlamentarismo!

 

 

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