terça-feira, 22 de junho de 2021


 

 

GERALDO SEM PAVOR

Capítulo Quarto – 22 jun 21

ÉVORA, PORTUGAL

 

Hoje o lugar é oficialmente conhecido

por Nossa Senhora de Tourega, mas Valverde

é o nome antigo que a memória herde;

por longo tempo ali teria vivido,

mas em seus começos, perdida sua valia

com o rei, ao Alcalde de Combá serviu,

na conquista de Beja, mas se desiludiu

quando este ao emir a praça devolvia...

 

Foi então que se tornou um guerrilheiro,

vendendo a espada como mercenário,

a Portugal sendo sempre solidário,

mas trocando de partidos bem ligeiro,

em geral oscilando a lealdade

entre os Mouros e os reinos dessa Espanha,

que se atacavam com verdadeira sanha,

mas que contra os Mouros nessa idade.

 

Mais tarde a Dom Affonso tentou convencer

a Cáceres e a Trujillo para si reivindicar,

que ele acabara de reconquistar,

porém o rei preferiu reconhecer

que pelo Tratado de Celadona

estavam na zona leonesa de influência

e assim ele perdeu esta pendência,

ficou Leão de sua conquista a dona!...

 

Porém Dom Sancho o considerou traidor

e com cuidado evitou ir a Leão,

logo forjando mais uma armação:

em 1169 convenceu seu rei e senhor

a tentar de Badajoz a grã conquista

e nessas reviravoltas tão estranhas,

os Muçulmanos apoiaram as patranhas

do Rei de Leão e nessa dupla pista

 

D. Affonso Henriques forçado foi a recuar

e em consequência, Geraldo perdeu

quase todo o território que era seu

e em Juromenha foi enfim se refugiar...

O Rei de Leão dera origem a intriga

de que Geraldo chamara os Muçulmanos

e Dom Affonso Henriques em tais planos

chegou a acreditar – há quem o diga.

 

Mas outra vez houve reconciliação

e desta vez, o rei o teria enviado

ao Emir de Ceuta, a fingir ser exilado,

mas na verdade para ser ali espião

e Dom Geraldo, em tal função ativo,

foi descoberto pelo Emir e condenado,

em 1173, este ano bem marcado:

teria o infeliz sido esfolado vivo!...

 

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